sábado, 14 de julho de 2018

Nos Vemos no Paraíso




“Nos Vemos no Paraíso”- “Au revoir là-haut”, França, 2017
Direção: Albert Dupontel

Numa cena original, vemos um cão pastor alemão, correndo entre crateras de um campo de guerra, para levar às mãos do oficial encarregado, dentro da trincheira, um aviso secreto de cessar as hostilidades.
O Tenente Pradelle (Laurent Lafitte) ignora a ordem oficial e faz uma maldade. Manda dois soldados, em plena luz do dia, para uma missão de reconhecimento. Estão condenados à morte.
E outros também morrerão porque os alemães revidam. São de novo o alvo a ser riscado do mapa. O Tenente comanda o inútil combate, a poucos dias do Armístício.
Isso é contado por Albert Maillard (Albert Dupontel) durante um depoimento à polícia em 1920, no Marrocos. Por que? Saberemos aos poucos, num longo “flashback”.
Percebemos que, ambientado no fim da Primeira Grande Guerra, novembro de 1918, vamos ouvir falar nesse filme sobre as consequências das guerras no comportamento dos homens, que ganham muito dinheiro em negócios escusos.
E é também a história de uma grande amizade.
Assim, vemos que durante a última batalha, Albert fica conhecendo Édouard Péricourt (Nahuel Pérez Biscayart). O escriturário e o jovem, filho de uma família rica, não tem nada em comum, a não ser o laço criado na luta pela sobrevivência, naquele campo de batalha. O jovem salva Albert numa situação difícil e por causa disso é atingido por uma bomba e tem o rosto desfigurado.
No hospital, Albert ajuda Péricourt a ter um alívio de suas dores. Rouba morfina. A gratidão de Albert é enorme e faz tudo que Édouard pede a ele. Inclusive dizer à sua família que ele morreu. Está brigado com o pai (Niels Arestrup).
Os dois vão viver juntos em Paris. E o jovem artista, além das belíssimas máscaras que faz para esconder seu rosto, vai convencer Albert sobre dois planos de vingança.
O filme ganhou cinco Césars, inclusive o de melhor diretor e melhor roteiro, adaptado do livro de Pierre Lemaitre, ganhador do Prêmio Goncourt, além de melhor cenografia, fotografia e figurinos (Mimi Lempicka).
“Nos Vemos no Paraíso” é um espetáculo visual bem cuidado nos mais ínfimos detalhes e o elenco convence com interpretações dramáticas que nunca descambam para o ridículo, apesar das extravagâncias da história.
É um filme que merece ser visto por um público exigente.


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