quarta-feira, 14 de março de 2018

Assumindo a Direção




“Assumindo a Direção”- Learning to Drive”, Estados Unidos, Inglaterra, 2014
Direção: Isabel Coixet

É duro realizar que o marido vai deixar o casamento de 20 anos dentro de um taxi. O motorista indiano está visivelmente constrangido com a briga do casal aos gritos. Ele (Jake Weber) não quer discutir o assunto e por isso escolheu um lugar público para dar a notícia em poucas palavras. Para o taxi e deixa ela (Patricia Clarkson) falando sozinha.
Claro que Wendy não acredita que tudo terminou. Afinal, foram já duas vezes que ele fez isso e voltou correndo para casa:
“- Você não viu que ele nem levou os livros dele? ”diz para a filha que consola a mãe, não acreditando que ela ainda alimenta esperanças.
A filha (Grace Gummer, na vida real filha de Meryl Streep) estuda e mora longe de Nova York e a mãe que não sabe dirigir, pede que ela venha visitá-la mais vezes.
“- Você janta comigo hoje, né? ”
Constrangida, a filha responde que marcou um jantar com o pai naquela noite, o que deixa a mãe furiosa e ainda mais deprimida.
E o taxista indiano (Bem Kingsley, sempre impecável)? Ele volta à elegante da casa de Wendy num endereço prestigiado e devolve o pacote que ela deixou no carro.
Atrapalhada, confusa, rosto transtornado, Wendy procura dinheiro para recompensar o taxista mas ele a interrompe com delicadeza dizendo que não era preciso se preocupar com isso.
Ainda sem saber o que fazer, Wendy se dá conta que ele dirige um carro de autoescola. Impulsivamente pede um cartão. Afinal ela nunca se importou em aprender a dirigir porque o marido estava lá, ao lado dela. Mas e agora? Como visitar a filha Tasha num lugar longe sem ônibus nem trem?
Nas primeiras lições de direção de Wendy com Darwan a gente se pergunta como vai acabar aquilo. Parece que tudo separa aqueles dois seres humanos tão diferentes.
Wendy, beirando os 50, depois que finalmente sorri depois de muitas reclamações e até uma batida nas primeiras lições, vai aprender algumas lições com Darwan. Mas, principalmente, vai ter que focar na direção e nas palavras de Darwan, esquecendo assim, aos poucos, suas tempestades internas durante as lições de direção.
Nunca é tarde para se abrir para a vida e tentar viver com o que se tem. Ou procurar outras coisas, se é o que se quer.
Cada momento não volta e se não foi bem aproveitado, paciência.
O filme é simpático, dirigido pela catalã Isabel Coixet e é gostoso participar das tardes com Wendy e Darwan, pelas ruas de Nova York.

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