segunda-feira, 28 de maio de 2012

A Delicadeza do Amor












“A Delicadeza do Amor”- “La Délicatesse” França, 2011
Direção: David e Stéphane Foenkinos

Uma charmosa ruazinha em Paris. Vemos, de costas, uma mocinha de rabo de cavalo, vestindo um casaco azul marinho com capuz. Anda com um passo leve e parece contente consigo mesma. Nem mesmo precisamos ver seu rosto esboçando um sorriso e os olhos sonhadores sobre a franja, para saber que ela está apaixonada.
Entra em um bistrô. Pega o menú.
Ao lado vemos um rapaz bonito que a observa.
Ouvimos os pensamentos dele:
“Se ela pedir um suco de abricô,vou até a mesa dela.”
Chega o garçom:
“- Por favor, um café”, diz ela.
E, depois de uma pausa:
“-Não. Um suco de abricô!”
Ele corre para ela e os dois saem abraçados.
“- Será que todos os casais visitam o lugar onde se conheceram?” pergunta ela.
“- Claro! Tem alguns que até acendem uma velinha!” responde rindo o rapaz.
Nathalie e François. Estão apaixonados e são jovens.
“- Você quer casar comigo?”
Ela olha para ele, agradávelmente surpreendida.
“- Eu deveria ter sido mais romântico, sabe, um jantar, velas, alianças...”
Dizendo isso, ele se ajoelha aos pés dela, beija sua mão e coloca um anel em seu dedo.
Muitas risadas porque é o anel do chaveiro dele.
“-Você vai ver! Vai ser o máximo ser minha mulher!”
A câmara gira em torno aos dois e a sequência do pedido de casamento se transforma. Os dois estão de branco. Noiva e noivo. Beijos.
Fotos polaroid, nas mais diversas poses dos dois, enchem a tela: esquiando, jantando, dançando, sempre sorrindo felizes para a câmara.
O primeiro amor de Nathalie (Audrey Tautou) é François
(Pio Marmai). Ele é um príncipe encantado, o realizador dos sonhos dela, o que lê seus pensamentos, o belo e encantador François.
Costuma ser assim todo o primeiro grande amor da juventude. É aquele amor idealizado, que não leva em conta o que o ser amado é, mas aquilo que gostaríamos que ele fosse. Amamos uma continuação romântica de nós mesmos. No fundo, amamos o amor.
Geralmente esse amor idealizado dura pouco e caímos na real.
Para Nathalie e François entretanto, não houve tempo para isso.
E ela se transforma perante nossos olhos. Corpo tenso, rosto fechado, roupas escuras e descombinadas, olhar vazio.
O luto pelo amor que não se viveu plenamente é sempre muito mais difícil do que chorar pelo amor que acabou.
Mas ela é jovem e três anos depois aparece Markus (François Damien), de quem ela tenta fugir.
“A Delicadeza do Amor”, dirigido pelos irmãos Foenkinos, fala do amor sem pudor e com simpatia.
O filme se baseou no livro “A Delicadeza” de David Foenkinos, que também é o roteirista.
E a gente sai leve do cinema, levando na memória o sorriso novo no rosto da atriz talentosa que é Audrey Tautou.
Ah! O amor...

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