terça-feira, 17 de abril de 2012

12 Horas



“12 Horas”- “Gone”, Estados Unidos 2012

Direção: Heitor Dahlia



Tudo começou naquela floresta de verdes e sombras por onde anda agora uma garota. Logo vamos ficar sabendo sobre isso.

Mas o que ela procura? Por que toca apreensiva o musgo que cresce no chão e nas pedras?

Ela segue pela margem de cascalhos de um pequeno rio até uma área abandonada de piquenique. Senta-se, abre um mapa e sinaliza uma região da Parker Forest.

A música instrumental (trilha sonora de David Buckley) preenche a sala de cinema e ouve-se como que um resfolegar baixo e sombrio. Ela olha assustada para os lados. Alguém segue aquela mocinha?

A câmara sobe e vemos que ela dirige seu carro por uma estrada ladeada por uma floresta de pinheiros. O dia finda. Já está começando a noite.

Escuro, sombrio e perigoso. Esse clima que se sente nas imagens da tela está na mente da moça ou é a realidade?

A bela Amanda Seyfried faz Jill, longos cabelos louros e olhos azuis assustados.

Descobrimos que ela foi sequestrada há menos de dois anos por um homem perigoso. E conseguiu escapar por pouco. Mas Jill acredita que ele continua agindo e que outras garotas não terão a mesma sorte.

A policia está descrente. Afinal Jill já foi internada num sanatório, toma remédios e nunca, nenhuma evidência foi encontrada sobre a história que ela conta sobre o sequestrador e o buraco na floresta.

Mas quando sua irmã desaparece (o “Gone” do titulo original), Jill vai viver doze horas perseguindo o “serial killer” que ela crê que levou Molly (Emily Wickersham) por vingança, porque ela sobreviveu ao sequestro. Só ela acha que vai conseguir encontrá-lo.

Cenas em “flash- back” mostram Jill sendo amordaçada, no fundo do buraco... Delírio ou realidade? Esse é o gancho do roteiro que poderia ter sido melhor explorado.

O cineasta Heitor Dhalia é brasileiro e dono de dois filmes que agradaram à crítica, “O Cheiro de Ralo” com Selton Melo e “À Deriva”, uma tocante história sobre a adolescência, na qual atua o francês Vincent Cassel.

Mas parece, pelas entrevistas que deu aqui no Brasil, que Dhalia não ficou satisfeito com sua estréia em Hollywood com o filme “12 Horas”. Reclamou que o produtor não o deixou um minuto a sós com a atriz e que o filme é um produto do estúdio, que fez um suspense comercial.

“- Não consigo imaginar uma situação mais hostil de trabalho. Mas tudo que não mata, fortalece. Serviu para eu perder a inocência. “

Torcemos por ele, que, afinal, conseguiu dirigir Amanda Seyfried com talento. A atriz consegue passar o clima de suspense nos “closes” em seu rosto expressivo. E há belas tomadas noturnas, com luzes manchando a tela nas cenas de chuva.

Heitor Dhalia ainda vai fazer muita gente ir ao cinema para admirar seu trabalho.

Em “12 Horas” temos um filme que chega a prender a nossa atenção, com um final meio abrupto. Mas diverte. O que não é pouca coisa.


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