segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Late Bloomers - O Amor não tem fim



“Late Bloomers – O Amor não tem Fim”- “Late Bloomers”, França/Bélgica/Inglaterra, 2011
Direção: Julie Gavras



Os jovens não acreditam que vão envelhecer…Mas é o que acontece a todos nós, mais cedo ou mais tarde.

Esse é o assunto de “Late Bloomers”, dirigido por Julie Gavras, filha do famoso director de cinema Costa-Gavras.

Ao som de um mambo, Isabella Rossellini, sempre bela e mais gordinha, aparentemente sem cirurgias plásticas e um William Hurt, ainda bem charmoso, fazem o casal que está chegando aos 60 e começa a envelhecer, quer queiram, quer não.

Ela sofre uma crise de perda de memória e se preocupa. Ele, arquiteto famoso, cerca-se de um grupo de jovens para não pensar na idade que tem.

Mary e Adam tem três filhos adultos e eles também se preocupam quando os sinais de envelhecimento parecem trazer problemas para a estabilidade do casal, juntos há mais de 30 anos. Como lidar com pais que ficam velhos?

A bisavó, mãe de Mary (Doreen Mantle), é uma personagem deliciosa. Séria e ao mesmo tempo mais leve que a filha:

“- Quanto menos esses bisnetos me verem, melhor para eles”, diz com convicção.

“- Não tem TV? Ótimo! Assim vocês vão aprender a se entediar, o que é um excelente aprendizado para toda a vida!”, acrescenta ela às crianças espantadas e mal-humoradas.

Pois é. A vida não se resume à juventude.Há que ter inteligência emocional para se adaptar aos achaques da velhice, que atacam quase todos, depois dos 60 anos.

E não é só isso. A sexualidade e a sensualidade, motores importantes dos seres humanos, sofrem mudanças, algumas bem penosas.

Assim, Mary sofre com a ausência de olhares masculinos. Tornou-se invisível aos olhos dos homens? Não seduz mais ninguém?

Adam lança mão do casaco de couro mas percebe, a tempo, que o hábito não faz o monge.

Tempo cruel o da velhice?

Depende. “Late Bloomers” acena com um sorriso para o enfrentamento das dificuldades que surgem com a idade.

E a platéia no cinema, sobretudo os que já conhecem os problemas que desfilam na tela, ri muito e se identifica.

Os mais jovens talvez achem chato esse filme que ainda não diz nada para eles. Mas aguardem. E observem os pais, tios, avós. Porque, se não aprenderem com eles a lidar com a passagem do tempo, pode ficar difícil depois.

“Late Bloomers”, um filme despretensioso, quer ajudar a compreender o que a idade traz, com humor e delicadeza.

Aliás o titulo em inglês fala de um novo desabrochar, um florescimento tardio, que seria a maneira criativa de enfrentar essa fase da vida de que só escapa quem morre cedo.

A própria diretora esclarece:

“- Acontece que, há 30 anos, quem tinha 60 era visto como muito velho. Agora não é mais o caso. Essa é uma geração que tem coisas diferentes para inventar”, disse ela quando apresentou seu filme na 35a Mostra de Cinema de São Paulo.

E então sessentões? Mãos e corações à obra?

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