quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Salt







“Salt” – Estados Unidos, 2010

Diretor: Phillip Noyce



Filmes de ação não fazem o meu gênero. Mas fui ver “Salt”, ainda que de pé atrás.

Aliás, fui ver Angelina Jolie. E tenho que confessar que me diverti. O filme é ela. Pulando, escalando, correndo, lutando, matando gente ruim. E sem quebrar uma unha. Mentira. Vi uns arranhões no joelho e algum sangue no rosto e na camisa rasgada, quando ela enfrenta um pelotão sozinha.

Sim, porque a gata Jolie sempre cai em pé, além de ter sete vidas e muito fôlego. E, de quebra, esbanja beleza com seus olhos de uma cor que mais ninguém possui, como canta Roberto Carlos. Para não falar daquela boca que só fica linda nela.

“Salt” não quer ser um filme realista. Longe disso. É pura fantasia e entretenimento. O diretor e roteirista, o australiano Phillip Noyce, consegue engatar uma coisa na outra usando, além de muita ação, reviravoltas de enredo, surpresas, complôs e jogo de espelho. E por isso a gente fica se perguntando o filme inteiro: quem é Salt?

Aparentemente Evelyn Salt, a personagem de Jolie, é uma agente da CIA e ponto final. Mas, por trás daquela aparência mansa esconde-se uma fera ferida (outra vez o Roberto).

Casada com um biólogo alemão que encontrou no borboletário de um museu, sem mais aquela, ela se transforma de borboleta em aranha.

E mais não conto porque seria estragar a graça do filme.

Mas podemos falar um pouco de Angelina Jolie.

O roteiro de “Salt” tinha sido imaginado para Tom Cruise que desistiu do projeto porque percebeu que iria fazer mais do mesmo. Achou o roteiro muito parecido com “Missão Impossível” e foi rodar “Encontro Explosivo”com Cameron Diaz, também em cartaz em São Paulo.

E dá para entender porque Cruise não quis e Angelina pegou correndo. “Salt”só tem graça com uma mulher no papel principal. Faz toda a diferença. Mérito dela ter percebido isso.

Aliás, Angelina Jolie estreou cedo no cinema, aos 6 anos, em um filme com o pai, o ator John Voight, em 1982. Mais tarde foi modelo, estudou cinema na Universidade de New York mas apareceu mesmo para o grande público só em 1998, através de um papel num filme para a TV, no qual fazia Gia, uma top-model drogada que morria de AIDS.

Colecionou vários prêmios em sua carreira, desde então, mas o principal foi o Oscar de melhor atriz coadjuvante em 2000 que ela mereceu pelo papel de uma sociopata no filme “Garota Interrompida”, ao lado de Winona Ryder.

Mais tarde, em 2005, durante a filmagem de “Mr e Mrs Smith”, conheceu Brad Pitt e daí em diante mantém um relacionamento que parece que deu alguma estabilidade à Jolie que tinha fama de rebelde, dois casamentos desfeitos e um filho adotivo.

Hoje, o casal mais bonito do cinema tem no total seis filhos, sendo três adotivos e três biológicos. E aquela que colecionava tatuagens e punhais, não falava com o pai e se drogava, tornou-se embaixadora da Boa Vontade da ONU e frequentemente participa de missões humanitárias para ajudar refugiados na África, Cambodja e Paquistão.

A antiga “ovelha negra”de Hollywood transformou-se e parece que quer esquecer o passado sombrio. Dizem que de tudo que ela ganha uma grande porcentagem vai para a caridade.

Angelina Jolie conseguiu mudar o seu destino e dar exemplo de bom caráter.
Ela merece o sucesso que tem.

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