terça-feira, 27 de agosto de 2019

Um Amor Impossível



“Um Amor Impossível”- “Um Amour Impossible”, França, Bélgica, 2018
Direção: Catherine Corsini


Tudo que aconteceu com Rachel Stern (Virginie Efira, atriz belga maravilhosa) ao 26 anos, na cidade de Chateauroux, interior da França, vai ser narrado em “off” por sua filha Chantal.
“Diana”, a música do momento, fins dos anos 50, embala os jovens dançando. Uma bela jovem loura espera por alguém. Quando Philippe chega, Rachel tem um brilho nos olhos. Dançam juntinhos e a atração entre os dois é evidente.
Ele (Niels Schneider), parisiense, trabalha como tradutor para o exército e fala muitas línguas. É um belo homem, nascido de uma família burguesa rica, tem vasta cultura e viajou muito pelo mundo.
Ela, secretária desde os 17 anos, de pai judeu e mãe católica, mora com a irmã menor e a mãe, sendo que o pai se afastou delas por causa de seus negócios.
Rachel e Philippe, apaixonados, passam a se ver todos os dias e a cama acontece como algo desejado pelos dois. Ela era inexperiente e ele não esconde o prazer de lhe ensinar os segredos do sexo. Rachel vai se entregar a ele de corpo e alma.
Todo o preparo de Philippe, sua posição social e sua desenvoltura no mundo vão, entretanto, chocar Rachel quando ele pergunta se ela quer se casar.
“Não sei... e você?”
“- Eu não. Gosto de fazer o que quero.”
“- Mas você poderia fazer o que quisesse estando comigo...”
“- Não. Você é muito exigente,”
Esse diálogo já mostrava que Philippe não queria nada de sério com Rachel. Mas ela se enganava e achava que ele iria mudar com o tempo e o amor dela.
Philippe volta para Paris e o último fim de semana foi só de beijos.
Quando Rachel percebe que engravidou, escreveu correndo para ele, pedindo que viesse a seu encontro. Mas ele responde que precisa de férias e vai para a Itália. De lá mandava cartões postais e só.
Esse relacionamento, que nos parece claramente infeliz para Rachel, foi no entanto vivido como o grande amor de sua vida. Ela enfrenta os preconceitos e torna-se mãe solteira.
Ele vinha raramente visitá-las. Mas Rachel o esperava ansiosamente. E o tema agora era a filiação de Chantal. Ele dizia que ia pensar mas não tomava nenhuma atitude.
A autoestima de Rachel era muito baixa e a arrogância de Philippe a amedrontava. Dava, no fundo, razão a ele, já que nunca poderia ascender à posição social que ele tinha de nascença. Havia um complexo de inferioridade, alimentado por essa relação infeliz.
Philippe era um narcisista, com um enorme ego e nenhum sentimento de culpa ou remorso. O masoquismo de Rachel fazia par com o sadismo de Philippe e ela se submetia a tudo para agradá-lo quando ele dava o ar de sua presença. E isso vinha a calhar como um divertimento  para ele.
Quando Chantal adolescente se aproxima mais do pai, consequências terríveis serão inevitáveis.
A escritora francesa que teve seu livro adaptado para o filme, Cristine Angot, disse que a história de Chantal era a dela mesma. Pouco conhecida por aqui, ela é famosa na França e trata em seus livros da sexualidade nas relações familiares.
Aqui, o amor impossível é o que oferece Philippe para Rachel e a filha. Depois de muitos anos e tanto sofrimento haverá um amor possível para essas duas?


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