sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Shakespeare Apaixonado




“Shakespeare Apaixonado”- “Shakespeare in Love”, Estados Unidos, 1998
Direção: John Madden

Quem foi Shakespeare? Até hoje há somente hipóteses  sobre sua identidade e sua vida privada.  De certo mesmo, sua obra fala por ele, grande autor teatral e poeta, que compreendeu a natureza humana como poucos.
Mas no filme “Shakespeare Apaixonado” não há nenhum interesse em fazer biografia. Há um canal aberto para a ficção na vida do autor, muito bem aproveitado no melhor filme do Oscar 1999.
Sucesso de público mundo afora, o filme narra uma história que acontece na era elizabetana na Inglaterra, ou seja, a Rainha Elizabeth (Judi Dench, ótima) reinava.
Naquela época era proibida a presença de mulheres no elenco das peças de teatro. Só homens eram atores.
No roteiro de Tom Stoppard, William Shakespeare (Joseph Fiennes), pobre poeta e autor de teatro, vivia um branco criativo. Nada lhe vinha como inspiração para sua nova peça.
A peste que assolava Londres piorava bem o cenário.
É aí que Lady Viola de Lesseps (Gwyneth Paltrow, linda e talentosa), amante do teatro e admiradora de Shakespeare, disfarçada de homem, com bigode falso e peruca, recita um poema e encanta o poeta, que acaba descobrindo que ela é uma bela jovem.
Depois de alguns desencontros e atrapalhações, finalmente os apaixonados estão na cama dela, protegidos pela aia.
Ardentes, livres, entregues um ao outro. É alí que renasce a inspiração de Will, que noite após noite, recita as palavras da peça que tem como musa, Viola. Nasce “Romeu e Julieta” do amor entre Viola e Will.
O filme é muito bem produzido e tem ótimo elenco. Levou sete Oscars, entre os quais melhor filme, melhor atriz para Gwyneth Paltrow, melhor atriz coadjuvante para Judi Dench, melhor figurino, produção de arte e trilha sonora.
Há quem considerasse na época uma injustiça tantos Oscars para o filme de John Madden. Mas “Shakespeare Apaixonado” sem pretensão, diverte e mexe com a curiosidade da plateia em torno ao par Viola e Will que, como Romeu e Julieta, vão viver um grande amor proibido.
Gwyneth Paltrow está bela, muito bem vestida e discretamente despida nas cenas de cama. Ela se entrega ao papel e nos emociona com seu amor pela arte e pelo artista, que ainda não era o famoso autor que se tornaria, a partir justamente de “Romeu e Julieta”.
Foi nesse ano que Fernanda Montenegro foi indicada ao Oscar de melhor atriz por “Central do Brasil” de Walter Salles. Pena. Mas nem só de Oscar vive uma atriz. A carreira da nossa foi e ainda é brilhante.

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