quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Professor Marston e as Mulheres Maravilha




“Professor Marston e as Mulheres Maravilha”- “Professor Marston and The Wonder Women”, Estados Unidos,2017
Direção: Angela Robinson

“Mulher Maravilha”, dirigido por Patty Jenkins, foi um dos maiores sucessos de bilheteria e crítica desse ano. Estrelado pela atriz israelense, a bela Gal Gadot, agradou em cheio as plateias.
Sabíamos que a personagem tinha sido criada em 1941 pelo psicólogo Dr William Moulton Marston mas ninguém contou a incrível história da vida real que inspirou a criação de Diana Prince, a princesa das Amazonas e seu Laço da Verdade.
Pois bem. Tudo começa com o professor Marston (Luke Evans), psicólogo de Harvard, dando aulas para alunas em Radcliffe College em 1928. Casado com Elizabeth (a maravilhosa Rebecca Hall), os dois trabalhavam juntos no projeto de um detector de mentiras. Injustamente, Elizabeth, que havia cumprido todos os passos para receber um Ph.D. de Harvard, fora recusada pelo fato de ser mulher. Ora, o marido admirava Elizabeth e achava que ela era mais inteligente que ele.
Na verdade, o casal tinha ideias avançadas para o seu tempo. Acreditavam na igualdade entre homens e mulheres e no amor livre. E estávamos nas primeiras décadas do século XX.
Quando a aluna Olive Byrne (Bella Heathcote) mostra desejo de ser assistente do casal, começou uma história de amor duradoura que foi motivo de escândalo e demissão do professor Marston de seu cargo em Radcliffe.
Ora, Olive Byrne, filha da feminista Ethel Byrne, fora educada em um internato, longe da mãe que era ativista e dizia não ter tempo para cuidar dela. Carente e bela, apaixona-se pelo casal, mas mais especificamente, por Elizabeth. E é correspondida.
Será a convivência com essas duas mulheres especiais e brilhantes que vai gerar a personagem Mulher Maravilha.
Diferente em alguns aspectos da atual, que tem um caráter ingênuo, as duas tem em comum o fato de serem poderosas. Mas a primeira era também sensual e em suas aventuras, havia um conteúdo explícito de sadomasoquismo. Longe da politicamente correta e discreta Diana Prince atual, com seu Laço da Verdade, um detector de mentiras, a dos anos 40 era sexy e usava cordas e correntes para castigar os malfeitores, que, por sua vez, também aderiam a jogos eróticos com ela.
Por isso, o professor Marston teve que defender sua personagem perante uma comissão de educação que achava as histórias impróprias para crianças. O criador da Mulher Maravilha defendeu sua criação com brilho e explicou que garotos jovens tinham que aprender a respeitar mulheres poderosas.
Depois da morte de Marston em 1947, todo o conteúdo sensual foi retirado das histórias da personagem.
O filme trata com recato e delicadeza da relação a três, com uma belíssima fotografia em tons dourados e contraluz e também não mostra cenas que poderiam escandalizar plateias mais conservadoras. Mas é fato que o filme não teve grande publicidade e foi lançado sem alarde nos Estados Unidos e também por aqui, apesar das críticas favoráveis.
Infelizmente, há sempre um tanto de conservadorismo nas pessoas que gostam de censurar a sexualidade alheia, mesmo que ela seja uma heroína de histórias em quadrinhos.



Um comentário:

  1. De todos os filmes que estrearam o ano passado, este foi o meu preferido. Rebecca Hall A atriz alem de ser muito atrativa é muito talentosa, é uma atriz multifacetada. Sem dúvida, uma história maravilhosa. O elenco fez um excelente trabalho no filme. Eu gosto de tudo!

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