terça-feira, 6 de junho de 2017

Mulher Maravilha


“Mulher Maravilha”- “Wonder Woman”, Estados Unidos, 2017
Direção: Patty Jenkins

“- Eu queria salvar o mundo...  Mas sabia tão pouco na época... E a humanidade? Não é o que se pensa. Aprendi isso de um jeito difícil, há tempos atrás...”, ouve-se em “off” uma voz feminina falar. De relance, vemos seus saltos altos, um belo rosto e cabelos escuros.
Estamos em Paris no Louvre atual e a moça recebe um pacote em sua sala onde trabalha com antiguidades. Dentro uma foto em preto e branco. Reconhecemos a Mulher Maravilha rodeada de quatro homens.
Assim começa o filme da primeira super-herói feminina que foi criada há 75 anos por William Moulton Marston, psicólogo, inventor do detector de mentiras e escritor de quadrinhos. Ela foi a personagem de uma série para a TV nos anos 70, com Linda Carter, que fez muito sucesso. Todas as garotas daquela época queriam ser guerreiras e vestir aquela roupa curta e sexy, em vermelho e azul.
Esse filme incrível é apenas o segundo longa da diretora Patty Jenkins, 45 anos, sendo que o seu primeiro, em 2003, foi “Monster” que deu o Oscar de melhor atriz para Charlize Theron.
“Mulher Maravilha” depois da primeira cena no Louvre, continua com um longo “flashback” que conta a história de Diana, princesa das Amazonas e seu caminho para tornar-se a super-heroína com super-poderes.
Como cenário, no começo, temos uma ilha de sonho, com altas falésias dando para um mar turquesa e campos verdes onde cavalgam as belas Amazonas. Lá vive a única criança da ilha, a esperta Diana. Sua mãe Hipólita (Connie Nielsen) não quer ver sua filha treinando lutas como as outras. Ela tem que ir para a escola.
Já sua tia Antíope (Robin Wright), a general da tribo, acha que quanto antes Diana aprender a se defender, melhor. E a sobrinha começa então a treinar secretamente com ela.
Mas numa coisa concordam a mãe a tia. Jamais revelar a Diana sua concepção. A menina (Lilly Aspell) e depois a jovem inocente (Emily Carey), sempre acreditaram na história que a mãe contava: fora feita de barro por Hipólita e Zeus dera-lhe a vida.
O segredo sobre quem é o pai da Mulher Maravilha certamente voltará em outro filme mas aqui ela pouco sabe, tanto sobre si mesma, quanto sobre o mundo dos humanos.
Temiscira, a ilha paradisíaca onde Zeus escondia as Amazonas, era um mundo à parte. E assim foi durante o crescimento de Diana. Ela aprendeu a usar o arco e a flecha  montada em seu cavalo, a proteger-se com o escudo e a manejar o laço da verdade, corda dourada que fazia a pessoa confessar tudo que sabia sem sofrer torturas.
Bem, mas chega o momento em que Diana vai enfim, conhecer um homem. Nunca tinha visto um até que o piloto americano Steve Trevor (o bonitão Chris Pine) cai no mar com seu avião de guerra. Diana o resgata das águas do mar e um envolvimento poderoso começa entre os dois, mas timidamente.
A história vai levar Diana para Londres, em 1918, em plena Primeira Guerra. Ela vai se empenhar em tentar descobrir onde se escondeu o deus da guerra, Ares, que para ela era o único culpado dessa situação na Europa.
Diana, a Mulher Maravilha é a atriz israelense Gal Gadot, divinamente bela, corpo esguio com músculos alongados, cabelos escuros e longos e uma boca deliciosa num rosto que inspira simpatia e exala encanto e graça.
O filme harmoniza, com talento, a transição entre o mundo da fantasia e o mundo real e a convivência entre essas duas realidades. O roteiro do estreante Allan Heinberg conta uma história envolvente e há cenas divertidas, com um humor levemente picante, como quando Diana descobre coisas sobre o piloto espião nu diante dela, ou quando estão os dois dormindo lado a lado no veleiro que os leva para Londres e há um clima de atração entre eles.
Há cenas piores? Sim, porque como é filme de super-herói, ela tem que lutar contra um super-vilão. E aí cai na mesmice dos outros que já vimos. Se bem que Gal Gadot luta e pula com tal graça e leveza que mais parece uma ginasta olímpica.
Encantadora.
Como podem perceber, eu e a quase unanimidade da crítica adoramos o filme da Mulher Maravilha.
Prometo que vocês vão gostar também.




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