sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Sétimo


“Sétimo”- “Septimus”, Espanha, Argentina, 2013
Direção: Patxi Amezcua

Na manhã e do alto, vê-se uma cidade com prédios, um parque, trânsito. Quando a câmara se aproxima de um carro, identificamos Ricardo Darín, que faz um advogado portenho. Conversa no celular com seu escritório, flerta galante com a secretária e ficamos sabendo que ele é separado.
Nesse dia, o escritório onde trabalha vai ter uma audiência num caso importante, que envolve pessoas endinheiradas mas não de boa fama. Precisam dele lá.
“- Todos tem direito à defesa”, responde ele à ex-esposa (Belén Rueda), que o questiona.
Todo dia, antes do trabalho, ele vai buscar os filhos na casa da ex e os leva para a escola.
Pela conversa dos dois, enquanto esperam as crianças se aprontarem, deduzimos que foi ela que quis a separação e que quer voltar para a Espanha, onde mora sua família.
Seu pai está doente e precisa dela.
Mas Sebastián não quer separar-se dos filhos e não concorda em assinar os papéis necessários para tal viagem.
As crianças, um menino e uma menina chegam e lá se vão correndo pelas escadas do prédio, enquanto o pai desce de elevador. É um jogo deles. Apostam para ver quem chega primeiro lá embaixo, na saída para a rua.
E começa um angustiante pesadelo para Sebastián. Quando ele desce, não encontra os filhos. As crianças desapareceram.
Ele sobe e desce as escadas à procura delas, chamando alto, pois pensa que estão brincando, mas não é brincadeira. Sumiram.
O telefone celular para emergências, que o filho tem na mochila, está desligado. O zelador do prédio, que estava na portaria, não viu as crianças passarem.
De agora em diante, todos são suspeitos para Sebastián.
O diretor catalão Patxi Amezcua, co-autor do roteiro, realiza um bom trabalho na criação do suspense. Atiça a curiosidade do espectador, que se envolve com o mistério. Afinal, o que pode ter acontecido com as crianças entre o sétimo andar de onde sairam correndo e o momento em que não foram mais vistas?
Ricardo Darín é daquele tipo de ator que preenche a tela. Seu pai amoroso, que ele coloca na frente do advogado, comove. As expressões faciais, o nervosismo, a impulsividade frente a cada novo suspeito, tudo ele desempenha com perfeição.
Contar com Ricardo Darín é um trunfo para o diretor, mesmo que haja falhas no roteiro.
“Sétimo” é um suspense bem feito, com um ator que é um monstro na interpretação de qualquer papel.
É bom entretenimento.

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