terça-feira, 29 de julho de 2014

Lucy

“Lucy”- Idem, Estados Unidos, 2014
Direção: Luc Besson

Intrigante e belo, mesmo quando é muito violento. Assim é “Lucy”, o novo filme do diretor francês, 55 anos, Luc Besson.
Uma célula se dividindo é a primeira imagem na tela. As esferas brilham e se interpenetram. Em “off” uma voz de mulher pergunta:
“- A vida começou há um bilhão de anos. O que fizemos com ela?”
Cenas de grandes metrópoles com muita gente apressada nas ruas, tráfico pesado, cacofonia de ruídos. Na noite, luzes, música berrando, bebidas, drogas. Excitação.
As cenas se passam ora em Taiwan, envolvendo Lucy, ora em Paris, onde o professor Norman faz uma palestra.
“- Você sabia que a primeira mulher chamava-se Lucy?” pergunta um cowboy que tenta convencer uma bela loura a entregar uma maleta. Ela se recusa e ele acaba algemando a maleta no pulso dela.
Aturdida, ela cai sob o domínio de uma gangue de traficantes de Taiwan. Uma droga, de uma bela cor turquesa, será contrabandeada para capitais da Europa, de uma forma violenta e cruel.
Lucy vai passar por experiências terríveis e ao mesmo tempo inefáveis.
O professor em Paris pergunta aos alunos:
“- Vocês sabem que não usamos todo o potencial de nosso cérebro? O golfinho usa e desenvolveu um radar perfeito.”
Na tela vemos cenas da natureza. Animais seguindo seus instintos de caça e procriação.
“- Fomos os únicos a desenvolver cultura”, continua o professor, “mas paramos de usar o potencial do nosso cérebro. A evolução precisa de uma revolução.”
 Enquanto ele expõe suas teorias a alunos atentos, Lucy é exposta à droga que colocaram dentro de seu corpo, num recipiente que estoura.
Uma extraordinária experiência vai começar para ela. Lucy vai ser o primeiro ser humano a experimentar o total uso de seu cérebro, efeito da droga desconhecida. Vai se tornar uma super- mulher. Não vai ser fácil mas será fascinante assistir a isso.
Scarlett Johansson ( “Ela”, “Sob a Pele”) atua  com intensidade, sensualidade e talento para convencer a plateia sobre o que acontece em seu corpo.
E Luc Besson cria mais uma de suas heroínas (“Nikita”e “O Quinto Elemento”) com suspense, ação, violência e imagens deslumbrantes.
O filme explora de forma superficial e lúdica teorias da nova Física e mesmo ideias da psicanálise, como por exemplo a existência de um inconsciente coletivo em todo o ser humano, que o conecta a toda a história da humanidade.
Lucy vai experimentar uma nova realidade psíquica, telepatia, levitação, ação à distância com o pensamento, acesso às memórias alheias e às próprias, as mais antigas. É comovente sua conversa pelo telefone com a mãe.
Ela se transforma rapidamente e, com mais droga em seu corpo, ao conseguir usar 100% da capacidade de seu cérebro, vai nos aturdir com uma genial viagem no tempo.
O filme vai agradar a quem gosta de divertir-se com novas ideias e especular sobre a natureza humana.
Além disso, é um filme bonito de se ver, os efeitos especiais são muito bem usados e a dupla Scarlett Johansson e Morgan Freeman é muito competente.

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