domingo, 28 de setembro de 2014

Mesmo se Nada der Certo


“Mesmo se Nada der Certo” – “Begin Again”, Estados Unidos, 2013
Direção: John Carney

Quando ela canta naquele bar, por insistência do amigo, só um cara tão triste quanto ela, presta atenção. Afinada, voz doce, ao som do próprio violão, ela canta uma música que ela mesma compôs, para quem já ficou sózinho numa cidade grande.
Uma canção pode salvar a sua vida? Essa ideia já está escrita na tela enquanto passam os primeiros créditos.
Gretta (Keira Knightley), a cantora e compositora inglesa tristonha e Dan (Mark Ruffalo), o produtor musical desempregado, vão entrar em sintonia e provar que tudo pode dar certo quando há empenho, talento e vontade de acertar.
Dois romances deram errado. Gretta e o “rockstar”(Adam Levine), Dan e sua mulher (Catherine Keener), que o trocou por um “rockstar”, que a trocou por outra mulher.
Mas tudo vai mudar na vida deles e na de um punhado de músicos. A banda de Gretta vai cantar e gravar as delicadas canções que ela compõe com os arranjos inspirados de Dan, em Nova York. Na cidade, a céu aberto, não num estúdio qualquer.
E é muito gostoso segui-los ao Central Park, cantando num barco no lago, num teto de um prédio em frente ao Empire State, em Washington Square, num beco da cidade, com um coro de crianças da redondeza e no metrô, fugindo da polícia.
O diretor irlandês John Carney, de “Apenas Uma Vez” 2006, um romance musical, acerta de novo com esse “Mesmo se Nada der Certo”. Conseguiu criar um clima contemporâneo e descontraído, com o elenco andando e cantando as músicas de Gregg Alexander, nas ruas de Nova York.
Aliás, a cena mais encantadora é aquela em que Gretta e Dan ouvem a trilha preferida de cada um, ligados por uma conexão dupla a seus Ipods e dançam ao som de “For Once in My Life” e cantarolam “As Time Goes By” em Times Square, vendo o mundo passar.
Keira Knightley, despojada, de rabo de cavalo e pouca maquiagem e Mark Ruffalo, bonito e simpático, atores talentosos, provam com seus personagens, que é muito bom trabalhar fazendo o que se gosta e que, não necessariamente, isso precisa terminar em romance.
A amizade entre eles convence e faz o espectador pensar que a vida é mesmo assim. Cheia de surpresas para quem está atento.

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