terça-feira, 22 de outubro de 2013

Diana


“Diana”- Idem, França/Suécia/Bélgica 2013
Direção: Oliver Hirschbiegel

Ela conheceu dias de glória e também de choro e ranger de dentes. Era a mulher mais famosa do mundo
e dizia que queria ser amada, não só pela multidão de fãs mas por um homem.
Via-se como rejeitada, por isso queria tanto agradar?
“Diana”, o primeiro filme que fazem sobre a vida de Lady Di (e muitos virão), foi baseado no livro de Kate Snell, “Diana: Her Last Love” de 2001( “Diana: O Último Amor de uma Princesa”, Prata Editora).
A trama do filme centra-se no suposto relacionamento amoroso com um médico paquistanês, que operava num hospital em Londres, Hasnat Khan (Naveen Andrews, péssimo no papel).
E o roteiro fraco, não ajuda a vender esse romance desmentido por ela.
Na verdade, nunca saberemos a verdadeira história da princesa de Gales, que dizia preferir ser a “Rainha dos Corações” a ser rainha da Inglaterra.
E, se tudo é ficção, uma coisa é certa. Desde sua primeira aparição na imprensa, com aquela saia transparente na contraluz e rosto de anjo, num jardim da infância onde trabalhava, Diana levou uma vida sendo fotografada e filmada.
E parecia gostar disso.
A famosa entrevista de 1995 para a BBC foi um choque para o mundo todo. A cena do filme em que ela ensaia as respostas em frente ao espelho, mostra algo que pode fazer sentido. Porque parece que Diana sempre quis se vingar da rejeição que dizia ter sofrido por parte da família real e de Charles, seu marido.
Conta a lenda que foi Camilla Parker Bowles, na condição de amante, quem escolheu Diana para ser mãe dos herdeiros de Charles, o primeiro na lista da sucessão, se Elizabeth II renunciar ou morrer.
“ - Éramos três naquele casamento...” diz ela com o rosto angelical e grandes olhos azuis marejados, fazendo de si mesma uma vítima a ser glorificada.
A partir daí, em sua curta vida de 36 anos, a imprensa nunca mais deixou de acompanhar cada passo que ela dava. Todo mundo viu todas as fotos.
E, por isso mesmo, Naomi Watts mostra que, na difícil missão de encarnar Diana, ela se saiu muito bem. Nosso olhar a segue em todas as posturas de cabeça, modo de andar e olhar, que flagramos na princesa. Claro que maquiagem, roupas, joias, fazem parte do cenário e ajudam, mas Naomi Watts é o filme.
Percebe-se o talento da atriz, que não fez uma imitação barata mas incorporou a personagem, identificando-se com ela e simpatizando com seus sentimentos.
Isso passa para o público no cinema de maneira tão forte, que, acabado o filme, pensamos em Diana e em nossas memórias sobre ela. Cada um com sua versão particular, mas todos encantados com essa princesa bela e simpática, aberta para as pessoas simples e necessitadas mas que sempre foi e para sempre será enigmática.


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