Querido John (Dear John, Lasse Halstrom, EUA, 2010)
Postado em 21 de maio de 2010, às 15h58
É cinemão. Mas tem qualidades. Vejamos.
Para começar, o diretor de “Querido John” é Lasse Hallstrom, sueco, que dirigiu um dos mais belos filmes sobre a infância, “Minha vida de cachorro”, em 1985. Esse filme revelou o talento do então jovem diretor para o mundo. Filmado do ponto de vista do garoto, encanta pelo otimismo e esperança.
Outro sucesso do diretor foi “Chocolate”, de 2000, com Juliette Binoche e Johnny Depp, filmado em uma cidadezinha francesa, tendo como prato principal a tolerância entre as pessoas.
Lasse Hallstrom também é o diretor de “Regras da vida”, de 1999, que deu a Michael Caine o Oscar de melhor ator coadjuvante e que tem como roteirista John Irving, autor do livro best-seller. Aqui outra vez há um foco em aprender a viver e harmonizar-se consigo mesmo e com o mundo.
Ou seja, o que anima Lasse Hallstrom a filmar é buscar “um entendimento do humano”, como disse a Luis Carlos Merten em uma entrevista na Folha.
Dessa vez, em “Querido John”, o diretor sueco filmou um roteiro baseado em um livro de Nicholas Spark, que está em quarto lugar na lista dos mais vendidos em São Paulo. Aliás seus livros foram muitas vezes adaptados para o cinema. Caso de “Diário de uma paixão” que virou “The notebook”em 2004 ou o ainda inédito “The last song”, “A última música” que será lançado em breve no Brasil.
Em “Dear John”, Lasse Hallstrom quer mexer com os nossos sentimentos.
E, não sei vocês, mas o casalzinho tagarela ao meu lado no cinema, passou dos risinhos às lágrimas assim que começaram a prestar atenção à história de Savannah e John. Ela, Amanda Seyfried, ele, Channing Tatum. Belos, jovens, apaixonados e separados pela guerra, escrevem cartas de amor.
Concordo. Os tempos são outros. “Querido John” não chega aos pés de “Casablanca”.
Mas, se não formos muito saudosistas e apegados a nossos critérios de cinema sofisticado, esse filme pode mexer também com os mais exigentes.
Porque existe a história paralela de John com seu pai, vivido com sensibilidade pelo ator Richard Jenkins, indicado ao Oscar desse ano por “O visitante”.
Fechado, assustado, metódico mas presente em silêncio na vida do filho sem mãe, esse pai, que a mocinha Savannah percebe como alguém que sofre de um quadro com características autistas, vai emocionar todo mundo em cenas como a do corredor do hospital ou no carro agarrado ao prato de lasanha.
E aí vocês vão ver aparecer claramente o diretor Lasse Hallstrom de corpo inteiro, dirigindo os atores com maestria e extraindo da história o que ela tem de melhor.
Esse personagem do pai doente e sofrido vai marcar a vida de seu filho, o soldado John. Ele também se fecha na guerra.
E Amanda Seyfried, que vive a patricinha Savannah e já foi a filha de Meryl Streep em “Mamma mia!” e a garota de programa de “O preço da traição”, em cartaz em São Paulo, atua com delicadeza e canta com suavidade a canção que ela mesma compôs, “Little house”.
Praias douradas, campos ao luar, a cidade de Charleston na Carolina do Sul, cavalos, crianças louras, surfe e gente bonita. E a cena das moedas caindo sobre John, que se vê como uma delas, já que tão amadas por seu pai.
Se “Querido John” não é tudo aquilo que a gente espera, tem seus momentos de bom cinema.
Assisti hj esse filme - 5/12 - e confesso q achei mei chatinho.
ResponderExcluirParece q não terminava nunca.
Então, vim rever a sua crítica e pude, então, valorizar mais o filme.
Vc o comparou com CASABRANCA e aí, já é covardia, né?
Pelo menos pra mim que amo aquele filme, lá todos são heróicos e aqui parece q os caras nem sabiam pq estavam na guerra.
Pelo menos uma função ele teve, já que I hate sundays, fez o domingo chegar mais rápido ao seu fim.
E já é hora de procurar saber quem vai no Canal Livre, na Band e ver quem vai no programa daquela chata da Marília Gabriela, mas às vezes, gosto dos entrevistados.