"A jovem rainha Vitória”
“The young Victoria”, Jean-Marc Vallee, Inglaterra, 2009
Postado em 02 de julho de 2010, às 7h27
Ela foi a Imperatriz de um império colonial tão vasto que sobre ele o sol nunca se punha.
Para um filme sobre ela, foram escolhidos os cenários magníficos de sua vida, palácios e jardins deslumbrantes. Além disso, os figurinos (que ganharam o Oscar) são de distrair da história que está sendo contada de tão suntuosos e cheios de detalhes. Sedas etéreas, babados farfalhantes, rendas delicadas, flores nos cabelos e nos decotes, jóias e tiaras preciosas. E que cores! Um encantamento. Sandy Powell, a responsável por esse prazer para os olhos, inspirou-se e foi fiel aos retratos conhecidos da rainha Vitória.
Mas o maior mérito desse filme é resgatar o periodo da juventude de Vitória que foi coroada aos 18 anos e reinou até a sua morte, aos 81 anos. Foi o reinado mais longo da história da monarquia inglesa até hoje (1837 a 1901).
Ela era a única herdeira e última descendente da família real ou seja, sem ela a monarquia britânica morreria.
Emily Blunt (a assistente de Meryl Streep em “O diabo veste Prada”), que em nada se parece com a verdadeira Vitória, que era bem mais gordinha, sai-se muito bem no papel. A atriz mostra com talento como alguém que não tinha confiança em si mesma, educada por uma mãe egoista (Miranda Richardson) e um padastro cruel (Mark Strong) e disposto a tudo para ser regente e apossar-se do trono da mocinha, consegue impor-se no final. Mas talvez outra teria sido a história da rainha Vitória se nela não tivesse aparecido um principe, ao mesmo tempo galante e valente.
E o foco principal do filme é esse romance entre a ainda princesa inglesa e o principe alemão, Albert de Saxcoburg (Rupert Friend).
Na verdade o amor nasceu e floresceu na troca de cartas entre os dois. Na tela, o roteirista Julian Fellows faz o jovem vir à Inglaterra e encontrar-se com Vitória. Mais palatável para as platéias de hoje em dia.
O rei morre, Vitória é coroada mas enfrenta todo um jogo politico no qual a figura de destaque é o bonitão Lord Melbourne (Paul Bettany) que tenta seduzir a rainha para a sua causa e sua cama. E excluir o pretendente de Vitória dessa história.
Mas o principe Albert apaixona-se para valer. E passa por cima de todos os obstáculos para realizar o seu amor. O casal teve nove filhos e sua descendência povoou os tronos da Europa.
O filme foi produzido por ninguém menos que Martin Scorcese, o famoso diretor de Hollywood. E o projeto foi apresentado ao co-produtor Graham King por outra figurinha carimbada, a duquesa de York, Sarah Ferguson.
Depois da morte de seu marido aos 42 anos, de tifo, a rainha Vitória virou uma viúva inconsolável… Mas sugiro que vocês aluguem o filme “Mrs Brown”(1997) que tem Judi Dench como a rainha Vitória na maturidade e que conta a história do seu segundo amor, o fazendeiro John Brown.
Incrível como a jovem melancólica, que se sentia uma peça de xadrez em um jogo jogado por outros, vem a se tornar a mulher poderosa e interessante que ela foi. A história da rainha Vitória merece ser conhecida pelas novas gerações.
Recomendo os dois filmes.
sylviamanzano@uol.com.br disse em 01/07/2010 17:02
ResponderExcluir"Na verdade o amor nasceu e floresceu na troca de cartas entre os dois. Na tela, o roteirista Julian Fellows faz o jovem vir à Inglaterra e encontrar-se com Vitória. Mais palatável para as platéias de hoje em dia." ELEONORA nos explica que na verdade foi assim, o amor nascendo de uma troca de cartas e é uma pena que o roteirista tornasse o fato mais palátavel para o público, pois de que vale assistir um filme, se não for pra sair de si e do mundo que nos cerca e ir de encontro a outros mundos e outras formas de viver e se comunicar? Tirando isso, certamente deve ser um filme bem interessante, enriquecido com todos os detalhes que a Eleonora me faz ver.