Direção: Cameron Crowe
Quem tem um fraco por comédia romântica vai gostar desse
filme, se bem que, se você olhar mais de perto, vai ver que tem mais do que
romance aqui. Fala-se de
escolhas de vida.
A história acontece no Havaí, 49º estado dos Estados
Unidos. E logo pensamos em mar azul, colares de flores e dançarinas de hula
hula. Tem tudo isso mas, há também, em “Sob o mesmo Céu”, um Havaí mais secreto,
que é uma nação com um povo com antigas tradições e crenças compartilhadas.
Mais, o Havaí é um reino sob dominação de um exército. E tem um rei
respeitado.
O herói da nossa história (Bradley Cooper), no começo do
filme, conta em “off” que, quando menino, estudava o céu com seu telescópio e
sonhava com o espaço sideral:
“- Eu via o futuro e ele me
pertencia.”
Entrou para a vida militar, mas com a crise de 2008
deixou-se comprar por um bilionário ( Bill Murray) e envolveu-se em negócios
excusos em Cabul.
Ele volta ao Havaí, onde vivera, convocado pelo mesmo
bilionário, que agora tem um projeto de lançar um satélite em águas
internacionais, mas precisa dele para convencer os nativos a instalar uma base
em suas terras. Ninguém, fora o general do exército (Alec Baldwin) e Brian,
sabe ao certo do que se trata aquele
“Anjo Bravo”, o satélite.
Brian Gilcrest (Bradley Cooper) chega ao aeroporto e
logo um menino pergunta para ele:
“- Você é o deus que vem para o
Advento?”
O garoto, filho de uma ex de Brian, vive no Havaí com a
família, a mãe Tracy (Rachel McAdams), casada com o pai dele, o militar Woody e
uma irmã adolescente, a bela Grace.
Ela leva a sério as aulas de hula hula, uma dança que
harmoniza o céu, a terra e as águas. O menino, envolvido nas crenças locais,
acha que descobriu em Brian o deus que vai levar a deusa Pele para dentro do
vulcão, iniciando com isso um novo ciclo.
Se nos mantivermos dentro desse registro do mito, a
deusa é a faceira Emma Stone (sempre talentosa), Allison Ng, piloto da Força
Aérea, a preferida de Hillary Clinton quando ela vem ao Havaí. Foi escalada para
ser a parceira de Brian, em suas excursões pela ilha para conversar com os
nativos.
Assim como os filhos de Tracy, a piloto, ¼ havaiana,
respeita e conhece todo um lado sagrado que os nativos da ilha conferem à
natureza.
O diretor e roteirista Cameron Crowe, 57 anos, de “Quase
Famosos”2000, com o qual ganhou o Oscar de roteiro original, “Vanilla Sky”2001 e
“Compramos um Zoológico”2011, tem familiares que moram no Havaí e conhece bem o
lugar. Ele comentou numa entrevista que o filme tem a ver com o amor, a natureza
e novas chances. Assim como a terra vulcânica, constantemente criada, assim, diz
o filme, deveria ser a vida das pessoas, sempre
renovada.
Brian terá que escolher entre a destruição gananciosa e
o amor por uma mulher. Continuar a ser cético e materialista ou tornar-se
apaixonado e ligado ao futuro da humanidade.
Um filme agradável, com um ótimo
elenco.
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