Direção: George Miller
Já consagrado em Cannes, aplaudido durante sua exibição
para a crítica internacional, “Mad Max: Estrada da Fúria”, está sendo
considerado o melhor filme de ação do ano.
Max, o personagem de Mel Gibson nos outros três filmes,
agora é Tom Hardy, o único macho atraente na tela.
A trama é simples. Max, sempre atormentado por culpas do
passado, é aprisionado por estranhos seres pálidos e carecas, muito maus, que o
aprisionam numa gaiola para servir como doador de sangue.
O líder deles é “Immortal Joe”(Hugh Keays-Byrne), que
tiraniza seu povo e se anuncia à multidão de excluídos como o Redentor. Usando
uma prótese com enormes dentes, cabelos brancos desgrenhados e olhar furioso,
ele é assustador.
São dele todos os recursos que existem nesse mundo
pós-tudo, incluindo a água, plantas e até mesmo mulheres que doam seu leite para
os inúmeros filhos de Joe, que servem como seu exército, protegendo sua cidade,
a Cidadela.
Quando a Imperatriz Furiosa (Charlene Theron) foge de
Joe, levando as mulheres dele, começa uma perseguição cruel. Max, que consegue
escapar dos seres pálidos, tenta ajudar a Imperatriz a livrar-se desses seres
endoidecidos que estão no seu encalce.
De cabeça raspada, maquiagem negra que cobre sua cabeça
e testa e vai até os olhos claros, alta e com um corpo perfeito, a Imperatriz
tem uma prótese no lugar de seu braço esquerdo, o que mostra que ela não hesita
em se arriscar. Guia um caminhão híbrido de tanque de combustível com pedaços de
outros carros acoplados. Ela arrasa.
E as companheiras, que ela roubou de Joe, são belas e
jovens mas também selvagens.
O filme passa-se quase que inteiramente no deserto, onde
a perseguição acontece. E são colisões, capotamentos, explosões, muito tiro,
motos que voam sobre carros saídos da imaginação mais louca, mistos de sucata de
tudo que tenha um motor, ao som de uma furiosa guitarra elétrica, qual trio
elétrico do horror.
A fotografia de John Seale, belíssima, pinta cenas com
amarelo e vermelho para o dia e cinzas azulados para a noite. E a câmera
acompanha, frenética, o exército atrás de Furiosa. Nota dez para a edição que
empresta ritmo acelerado ao filme, bem como para a direção de George Miller,
idealizador de tudo que pertence a esse universo bizarro e
brutal.
O filme prende a atenção o tempo todo, colando o
espectador na cadeira.
Mesmo pessoas como eu, que não gostam de filmes de ação,
vão se encantar com Furiosa, Max e as velhinhas de moto que se aliam a eles.
Porque é deliciosa essa fábula sobre um mundo onde a luta é por uma qualidade de
vida melhor para todos.
Aqui é o matriarcado que vai salvar a humanidade dos
machistas empedernidos e terríveis. Doa a quem doer.
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