Direção: Brian De
Palma
Quando pessoas usam a
sexualidade como arma para manipular os outros e conseguir vantagens ou
vingança, tudo pode dar errado.
É o que vemos acontecer
no painel sofisticado e contemporâneo que Brian De Palma cria sobre o universo
dos grandes executivos, num “remake” de um filme francês de 2010, “Crime
d‘Amour”, de Alain Corneau, estrelado por Kristin Scott Thomas e Ludivine
Saignier.
Em “Paixão” são as
mulheres que ficam em primeiro plano. Um trio sedutor vai tirar o fôlego da
plateia e assustar com classe.
Christine, a loura (a
bela americana Rachel McAdams), Isabelle, a morena (Noomi Rapace, a sueca de
“Millenium”) e Dani, a ruiva (a alemã Karoline Herfurth), trabalham na agência
de publicidade “Koch Image International”. São a executiva chefe, sua assistente
e a assistente júnior.
Escritórios de madeira
clara, intermináveis paredes de vidro e muitas telas cintilantes de computadores
da Apple, compõem o cenário do filme que se passa em Berlim.
Aliás, no momento, o
projeto das duas principais executivas é dar um toque de classe e malícia ao
“smartphone” da Panasonic.
Entenda-se que a
rivalidade que ocorre entre as grandes marcas da agência, ocorre também entre os
personagens que se encarregam de promovê-las no mercado. Quem conseguir criar a
melhor campanha leva tudo. A briga pode acabar em crime.
Preparem-se, portanto,
para um clima de sedução manipuladora, falsos amantes e amigos, beijos de
“Judas” e abraços mortais.
A moeda corrente é o sexo
e a criatividade. E há uma perturbadora instabilidade nos postos
chaves.
Quando se fala de sexo, o
que menos importa é o objeto do desejo. Aqui, o que vale realmente é o desejo do
que manipula o outro, para conseguir o que quer. E geralmente é poder e mais
dinheiro.
Assim, Christine é
ambiciosa, elegante e manipuladora. Gosta de jogos eróticos e de surpresas, e é
perigosa, comenta Dirk (Paul Anderson), um dos homens em torno dela, que ela põe
na cama e depois descarta sem dó nem piedade.
Isabelle, a brilhante
assistente de Christine, tem um mistério em sua vida que parece estar ligado ao
seu jeito despojado, franja e rabo de cavalo, pouca maquiagem e sempre de preto.
Não gosta de aparecer.
Quando Isabelle percebe
uma traição de Christine, ela demora a reagir, mas algo destrutivo que estava
adormecido nela, acorda e a conduz.
Brian De Palma, 72 anos
(“Carrie, a Estranha” 1971, “Vestida para Matar” 1980, “A Fogueira das Vaidades”
1990, “Femme Fatale” 2002), ajudado pela música de Pino Donaggio, que cria
climas, fotografia que passa mensagens (José Luis Alcaine) e figurinos que
chamam a atenção (Karen Muller-Serrau), faz de “Paixão” um jogo perverso
recheado de duplicidades, enganos, psicopatia e sonhos dentro de sonhos,
delirantes e alucinados.
Usando a tela dupla com o talento de sempre, Brian De Palma cria cenas que atraem igualmente a nossa atenção. Buscamos a bailarina Polina Semionova que dança uma ninfa sedutora no "pas-des-deux" de Jerome Robbins para a música de Debussy, "Prélude pour l'après midi d'un Faune", na tela da esquerda e mudamos rápido para o closet onde a loura, refletida nos espelhos, caminha para uma surpresa fatal na tela à direita. Um ir e vir de olhares que é estonteante e que já entrou para a história do suspense.
Usando a tela dupla com o talento de sempre, Brian De Palma cria cenas que atraem igualmente a nossa atenção. Buscamos a bailarina Polina Semionova que dança uma ninfa sedutora no "pas-des-deux" de Jerome Robbins para a música de Debussy, "Prélude pour l'après midi d'un Faune", na tela da esquerda e mudamos rápido para o closet onde a loura, refletida nos espelhos, caminha para uma surpresa fatal na tela à direita. Um ir e vir de olhares que é estonteante e que já entrou para a história do suspense.
Você vai sair do cinema
com muitas dúvidas. O que é estimulante para boas conversas depois do
filme.
Nenhum comentário:
Postar um comentário