Direção:Zack
Snyder
Superman, o mais “sexy”
dos personagens de quadrinhos (e também o mais velho dos super-herois, criado em
1938 por Joe Shuster e Jerry Siegel) volta às telas de cinema em 3D, num filme
que é uma maratona, também para o espectador. Explico. Talvez você fique
atordoado com as cenas de batalha entre o exército americano, com seus aviões e
helicópteros e os guerreiros do planeta Krypton e suas naves/polvo.
Os seus ouvidos vão
registrar o barulho de prédios caindo por cima das pessoas, num cenário
inspirado nas imagens de um 9/11 de maior alcance ainda, tudo embaçado pela
fumaça e o rugir de rasantes de helicópteros e quedas de detritos de toda a
espécie.
Mais ainda, vão ver um
espetacular duelo final entre dois super-homens, um balé destruidor e
mortal.
É um filme trepidante de
ação e guerra. O furor e a raiva tem destaque como forças motivadoras, lado a
lado com a confiança e a gratidão.
Todo mundo se lembra de
Marlon Brando como o pai do bebê que viria a ser o Superman. Foram cenas
emocionantes do filme de Richard Donner de 1978. Agora é Russell Crowe que
assume esse papel e o filme demora-se mais no planeta Krypton, fadado à
destruição.
Alí, o processo de
procriação foi dominado por cientistas que programaram os novos kryptonianos,
que não nascem de um pai e uma mãe mas são frutos de árvores de luz num imenso
útero artificial. Além da destruição total da natureza no planeta, seus
habitantes são desprovidos da criatividade que outrora os levaram a povoar novos
mundos que os abrigariam quando o planeta explodisse, destino
certo.
É então que Jor-El
(Russell Crowe) e Lady Lara resolvem procriar como se fazia antigamente no
planeta deles e o menino Kal- El nasce. Ele não é um ser programado mas
espontâneo. Vai ser enviado à Terra, como último representante de seu planeta,
com a missão de guiar os terráqueos para um destino melhor.
Adotado por Jonathan Kent
(Kevin Kostner) e Diane Lane que faz a mãe, o menino Clark Kent é ensinado a
focalizar sua atenção para que possa usar de seus super poderes com
objetividade.
É muito importante o
papel dos pais adotivos nessa versão porque humanizam o garoto, o que é a base
para sua empatia com os seres humanos.
E é em Smallville, lugar
de sua casa e onde foi criado, que o nosso super-heroi vai se tornar o Superman,
com características de personalidade muito diferentes do grande vilão Zod
(Michael Shannon), que escapou da destruição do planeta Krypton porque estava
exilado mas é obcecado em eliminar a humanidade da Terra para criar aqui um novo
Krypton.
Propositalmente, o
diretor Zack Snyder criou um Superman diferente de todos os outros. Sua roupa
adere ao corpo musculoso e ágil, a capa vermelha tem um jeito de manto real, o
famoso “S” está recriado e os acordes tão conhecidos, que sempre o acompanhavam,
também não são os mesmos.
E Henry Carvill (da série
da TV “Os Tudor”) que personifica o novo Superman, é alto, moreno, um corpo
malhado e bem proporcionado, olhos azuis intensos e é bonito, muito bonito.
Movimenta-se como um felino e voa como um míssil.
Até Lois Lane (Amy Adams)
mudou bastante. É agora uma jornalista mais intrépida e uma mulher super
sedutora que não tem medo de nada e olha o Superman de igual para igual, com
muito desejo.
Produzido pelo famoso
Christopher Nolan (o diretor de Batman) e com roteiro de David S. Goyer (também
de todos os Batman), o filme tem trilha sonora de Hans Zimmer, criativa e
surpreendente e fotografia de Amir Mokri, que acompanha o personagem, realçando
os tons escuros de Krypton e as tonalidades solares da Terra.
Se você é fã, vai gostar
de ver algumas cenas que lembram os outros filmes desse super-heroi, pai de
todos os outros.
Se você não é, arrisque.
Você pode gostar do que vai ver.
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