domingo, 10 de março de 2013

Amor É Tudo que Você Precisa


 “All You Need is Love”- “Amor é Tudo que Você Precisa”, Dinamarca, Suécia, Itália
Direção: Susanne Bier


Com esse título, emprestado da famosa canção dos Beatles de 1967, Susanne Bier, a diretora dinamarquesa que já ganhou um Oscar de melhor filme estrangeiro por “Em um Mundo Melhor” (2010), vem nos contar sobre um sentimento que está sempre no centro de nossas vidas, mesmo quando parece ausente.
Mas não espere assistir a só mais uma comédia romântica ou um dramalhão. A diretora nos oferece um presente nesse filme, não só pelo roteiro bem escrito e que não cede a tentações de soluções fáceis para os pares que desfilam na tela, como pela escolha dos atores ou os lugares escolhidos para as filmagens.
Assim, a atriz dinamarquesa Trine Dyrholm, além de uma presença bonita e olhos azuis expressivos, leva bem o papel de uma mulher com filhos crescidos, que se vê presa de uma doença cruel, que a desfigura. Mas, se ela é frágil, é também forte para enfrentar não só o tratamento, como a convivência com o medo de morrer. Talvez até por causa disso, seu casamento não vai bem, mas ela só acorda para o fato quando confrontada com a cena a vivo e a cores.
Já Pierce Brosnan, ex-agente 007, o bonitão ator irlandês, está ótimo como o viúvo rico traumatizado, que foge da vida se entregando ao trabalho.
É claro que esses dois vão ter muito o que trocar, já que o destino prepara um casamento entre seus filhos, que vem a calhar.
E tem melhor cenário para falar de amor ou desamor do que a Itália, numa “Villa” antiga em Sorrento, daquelas que a gente vislumbra atrás de cercas vivas em cidades italianas à beira-mar?
As festas em torno aos noivos são motivo para que os personagens se apresentem, dancem, comam, bebam, tudo debaixo de um pomar de limoeiros e terraços que dão para o mar, com o Vesúvio ao fundo.
Durante um passeio entre os limoeiros, há uma bela metáfora sobre o amor, que o pai do noivo, Phillip, descendente dos donos da plantação, diz para a mãe da noiva:
“- Você sabia que os limoeiros foram laranjeiras há muito tempo atrás? Muitos enxertos foram necessários para que crescessem os limões “, diz para Ida.
E acrescenta:
“-É preciso muito cuidado para que continuem a dar limões”.
“- Então essas árvores podem dar laranja e limões? Não sabia disso,” responde Ida.
E assim não é o amor? Doce e amargo? Em uma combinação diferente para cada par que vive esse sentimento, delicioso e sofrido conforme o momento?
Mas quem não precisa dele?
Vá passar umas duas horas gostosas no cinema pensando sobre isso. Faz bem.

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