Direção: Susanne
Bier
Com esse título,
emprestado da famosa canção dos Beatles de 1967, Susanne Bier, a diretora
dinamarquesa que já ganhou um Oscar de melhor filme estrangeiro por “Em um Mundo
Melhor” (2010), vem nos contar sobre um sentimento que está sempre no centro de
nossas vidas, mesmo quando parece ausente.
Mas não espere assistir
a só mais uma comédia romântica ou um dramalhão. A diretora nos oferece um
presente nesse filme, não só pelo roteiro bem escrito e que não cede a tentações
de soluções fáceis para os pares que desfilam na tela, como pela escolha dos
atores ou os lugares escolhidos para as filmagens.
Assim, a atriz
dinamarquesa Trine Dyrholm, além de uma presença bonita e olhos azuis
expressivos, leva bem o papel de uma mulher com filhos crescidos, que se vê
presa de uma doença cruel, que a desfigura. Mas, se ela é frágil, é também forte
para enfrentar não só o tratamento, como a convivência com o medo de morrer.
Talvez até por causa disso, seu casamento não vai bem, mas ela só acorda para o
fato quando confrontada com a cena a vivo e a cores.
Já Pierce Brosnan,
ex-agente 007, o bonitão ator irlandês, está ótimo como o viúvo rico
traumatizado, que foge da vida se entregando ao trabalho.
É claro que esses dois
vão ter muito o que trocar, já que o destino prepara um casamento entre seus
filhos, que vem a calhar.
E tem melhor cenário
para falar de amor ou desamor do que a Itália, numa “Villa” antiga em Sorrento,
daquelas que a gente vislumbra atrás de cercas vivas em cidades italianas à
beira-mar?
As festas em torno aos
noivos são motivo para que os personagens se apresentem, dancem, comam, bebam,
tudo debaixo de um pomar de limoeiros e terraços que dão para o mar, com o
Vesúvio ao fundo.
Durante um passeio entre
os limoeiros, há uma bela metáfora sobre o amor, que o pai do noivo, Phillip,
descendente dos donos da plantação, diz para a mãe da noiva:
“- Você sabia que os
limoeiros foram laranjeiras há muito tempo atrás? Muitos enxertos foram
necessários para que crescessem os limões “, diz para Ida.
E
acrescenta:
“-É preciso muito
cuidado para que continuem a dar limões”.
“- Então essas árvores
podem dar laranja e limões? Não sabia disso,” responde Ida.
E assim não é o amor?
Doce e amargo? Em uma combinação diferente para cada par que vive esse
sentimento, delicioso e sofrido conforme o momento?
Mas quem não precisa
dele?
Vá passar umas duas
horas gostosas no cinema pensando sobre isso. Faz bem.
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