quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Ponto Final - Match Point



“Ponto Final”- “Match Point”, Reino Unido, Estados Unidos, 2005
Direção: Woody Allen


Ao som da bela voz do tenor mais conhecido no mundo da ópera, Enrico Caruso (1875-1931), passam os créditos iniciais, sempre em fundo preto com os nomes em branco,  como em todos os filmes de Woody Allen.
Logo reconhecemos a ária, “Una Furtiva Lacrima” da ópera “Elixir de Amor”. Sinal que “a poção do amor” vai circular por entre os “happy few”, a elite londrina e os que gravitam em torno.
Parece. Porque num clube frequentado pela alta classe inglesa, um ex tenista profissional, agora professor de tênis para os que pagam bem, é entrevistado e contratado. Boa pinta, já jogou com os melhores profissionais mas cansou-se das viagens e deu aulas em clubes chics como Nice, Marbella e Sardenha. Pelo menos é o que ele conta.
Jonathan Rys-Meyers, o ator irlandês, é Chris Wilton. Ouvimos ele contar em “off” no início do filme qual é a sua filosofia de vida:
“Um homem que diz preferir ter sorte do que ser bom, está certo. Entendeu a vida. As pessoas tem medo de pensar que a sorte determina muita coisa na vida. Não podemos controlar tudo que acontece. Por exemplo, num “match point” do jogo de tênis. É o momento final. Se a bola bate no topo da rede, com sorte, pode cair para o lado do adversário e você ganha o jogo. Ou não, se cair, por falta de sorte, do seu lado.”
Chris parece que tem uma ideia na cabeça que vai por em prática. Está lendo o livro de Dostoievski, “Crime e Castigo”.
Quando é apresentado a Tom Hewett (Mattew Goode),  filho de uma família rica, conquista sua simpatia e é convidado para a ópera daquela noite. Ele aceita encantado e vai conhecer a irmã de Tom, Chloe ( Emily Mortimer). Foi dado o passo inicial para se casar com ela, e com isso frequentar o que há de melhor em Londres, usufruir dos fins de semana na magnífica propriedade dos Hewett e cair nas graças do pai e da mãe de Chloe, que já o veem como um filho. Querem um neto.
Tudo vai indo muito bem até que Chris conhece uma americana linda e sexy e noiva de Tom, seu futuro cunhado.
Chris, que acredita na sorte e é muito narcisista, não hesita em transar com Nola (Scarlet Johansson) na primeira oportunidade. No meio das gramas altas de um campo na chuva. Muito romântico e impulsivo.
Se ficasse só nisso tudo bem. Mas o noivado é desfeito e Chris encontra Nola na New Tate, uma famosa galeria de arte contemporânea. Sai com o número de telefone no bolso e dá início a um jogo perigoso. Os dois vivem um romance tórrido. Mas logo começam as cobranças da candidata a atriz sem talento.
“Talento e sorte determinam o destino de um homem”, escreveu Freud em um de seus livros. Parece que, no caso de Chris, devido à sorte que tem na vida e sua personalidade narcísica, esqueceu do talento. A sorte irá sorrir sempre para ele?
Woody Allen escreveu o roteiro original de “Match Point” com grande inspiração. Não foi premiado com o Oscar mas foi indicado.
“Ponto Final - Match Point” é um filme inteligente, com atores excelentes e roteirista e diretor genial.

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