“Um Amor
Impossível”- “Um Amour Impossible”, França, Bélgica, 2018
Direção:
Catherine Corsini
Tudo que
aconteceu com Rachel Stern (Virginie Efira, atriz belga maravilhosa) ao 26
anos, na cidade de Chateauroux, interior da França, vai ser narrado em “off”
por sua filha Chantal.
“Diana”, a
música do momento, fins dos anos 50, embala os jovens dançando. Uma bela jovem
loura espera por alguém. Quando Philippe chega, Rachel tem um brilho nos olhos.
Dançam juntinhos e a atração entre os dois é evidente.
Ele (Niels
Schneider), parisiense, trabalha como tradutor para o exército e fala muitas
línguas. É um belo homem, nascido de uma família burguesa rica, tem vasta
cultura e viajou muito pelo mundo.
Ela,
secretária desde os 17 anos, de pai judeu e mãe católica, mora com a irmã menor
e a mãe, sendo que o pai se afastou delas por causa de seus negócios.
Rachel e
Philippe, apaixonados, passam a se ver todos os dias e a cama acontece como
algo desejado pelos dois. Ela era inexperiente e ele não esconde o prazer de
lhe ensinar os segredos do sexo. Rachel vai se entregar a ele de corpo e alma.
Todo o
preparo de Philippe, sua posição social e sua desenvoltura no mundo vão,
entretanto, chocar Rachel quando ele pergunta se ela quer se casar.
“Não sei...
e você?”
“- Eu não.
Gosto de fazer o que quero.”
“- Mas você
poderia fazer o que quisesse estando comigo...”
“- Não. Você
é muito exigente,”
Esse
diálogo já mostrava que Philippe não queria nada de sério com Rachel. Mas ela
se enganava e achava que ele iria mudar com o tempo e o amor dela.
Philippe
volta para Paris e o último fim de semana foi só de beijos.
Quando
Rachel percebe que engravidou, escreveu correndo para ele, pedindo que viesse a
seu encontro. Mas ele responde que precisa de férias e vai para a Itália. De lá
mandava cartões postais e só.
Esse
relacionamento, que nos parece claramente infeliz para Rachel, foi no entanto
vivido como o grande amor de sua vida. Ela enfrenta os preconceitos e torna-se
mãe solteira.
Ele vinha
raramente visitá-las. Mas Rachel o esperava ansiosamente. E o tema agora era a
filiação de Chantal. Ele dizia que ia pensar mas não tomava nenhuma atitude.
A
autoestima de Rachel era muito baixa e a arrogância de Philippe a amedrontava.
Dava, no fundo, razão a ele, já que nunca poderia ascender à posição social que
ele tinha de nascença. Havia um complexo de inferioridade, alimentado por essa
relação infeliz.
Philippe
era um narcisista, com um enorme ego e nenhum sentimento de culpa ou remorso. O
masoquismo de Rachel fazia par com o sadismo de Philippe e ela se submetia a
tudo para agradá-lo quando ele dava o ar de sua presença. E isso vinha a calhar
como um divertimento para ele.
Quando
Chantal adolescente se aproxima mais do pai, consequências terríveis serão
inevitáveis.
A escritora
francesa que teve seu livro adaptado para o filme, Cristine Angot, disse que a
história de Chantal era a dela mesma. Pouco conhecida por aqui, ela é famosa na
França e trata em seus livros da sexualidade nas relações familiares.
Aqui, o
amor impossível é o que oferece Philippe para Rachel e a filha. Depois de
muitos anos e tanto sofrimento haverá um amor possível para essas duas?
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