“Shakespeare Apaixonado”- “Shakespeare in Love”, Estados
Unidos, 1998
Direção: John Madden
Quem foi Shakespeare? Até hoje há somente hipóteses sobre sua identidade e sua vida
privada. De certo mesmo, sua obra fala por ele, grande autor teatral e
poeta, que compreendeu a natureza humana como poucos.
Mas no
filme “Shakespeare Apaixonado” não há nenhum interesse em fazer biografia. Há
um canal aberto para a ficção na vida do autor, muito bem aproveitado no melhor
filme do Oscar 1999.
Sucesso de
público mundo afora, o filme narra uma história que acontece na era elizabetana
na Inglaterra, ou seja, a Rainha Elizabeth (Judi Dench, ótima) reinava.
Naquela
época era proibida a presença de mulheres no elenco das peças de teatro. Só
homens eram atores.
No roteiro
de Tom Stoppard, William Shakespeare (Joseph Fiennes), pobre poeta e autor de
teatro, vivia um branco criativo. Nada lhe vinha como inspiração para sua nova
peça.
A peste que
assolava Londres piorava bem o cenário.
É aí que
Lady Viola de Lesseps (Gwyneth Paltrow, linda e talentosa), amante do teatro e
admiradora de Shakespeare, disfarçada de homem, com bigode falso e peruca,
recita um poema e encanta o poeta, que acaba descobrindo que ela é uma bela
jovem.
Depois de
alguns desencontros e atrapalhações, finalmente os apaixonados estão na cama
dela, protegidos pela aia.
Ardentes,
livres, entregues um ao outro. É alí que renasce a inspiração de Will, que
noite após noite, recita as palavras da peça que tem como musa, Viola. Nasce
“Romeu e Julieta” do amor entre Viola e Will.
O filme é
muito bem produzido e tem ótimo elenco. Levou sete Oscars, entre os quais
melhor filme, melhor atriz para Gwyneth Paltrow, melhor atriz coadjuvante para
Judi Dench, melhor figurino, produção de arte e trilha sonora.
Há quem
considerasse na época uma injustiça tantos Oscars para o filme de John Madden.
Mas “Shakespeare Apaixonado” sem pretensão, diverte e mexe com a curiosidade da
plateia em torno ao par Viola e Will que, como Romeu e Julieta, vão viver um
grande amor proibido.
Gwyneth
Paltrow está bela, muito bem vestida e discretamente despida nas cenas de cama.
Ela se entrega ao papel e nos emociona com seu amor pela arte e pelo artista,
que ainda não era o famoso autor que se tornaria, a partir justamente de “Romeu
e Julieta”.
Foi nesse
ano que Fernanda Montenegro foi indicada ao Oscar de melhor atriz por “Central
do Brasil” de Walter Salles. Pena. Mas nem só de Oscar vive uma atriz. A
carreira da nossa foi e ainda é brilhante.
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