terça-feira, 26 de março de 2019

Um Lugar Chamado Notting Hill




“Um Lugar Chamado Nothing Hill”- “Notting Hill”, Estados Unidos, 1999
Direção: Roger Mitchell

Já faz 20 anos que vi esse filme e quando agora revi me surpreendeu. Gostei ainda mais do que me lembrava. Pensei comigo mesma que os anos passam e deixam uma nostalgia ligada a eles que só percebemos depois e que o cinema pode fazer reviver. Os personagens com os quais nos identificamos trazem à memória momentos vividos que recuperamos. A emoção brota de uma fonte antiga que se faz nova diante da tela que conta uma história.
E essa comédia romântica tem essa magia.
O filme começa com “She”, a canção cantada com vibração pelo grande Charles Aznavour, enquanto passam os créditos e vemos Julia Roberts em “closes” com as mais diferentes expressões. Ela é sempre a estrela. Rodeada de fotógrafos por onde vai, a arte imita a vida dela. E a conquista é imediata. De cara estamos sob a fascinação que ela exerce com seu sorriso luminoso, seus olhos que brilham e o carisma que nasceu com ela.
Ele, Hugh Grant, ao contrário, faz o patinho feio ou melhor desajeitado, porque de feio ele não tem nada.
Mesmo quando mostra-se inibido ou atrapalhado quando ela entra na livraria dele em Notting Hill, por acaso e é deliciosamente sádica com ele, já que percebe o que acontece, Hugh Grant ganha também a nossa simpatia. E torcemos para que ela não vá embora. Aquele par parece perfeito. Uma química avassaladora preenche a tela e nos faz cúmplices, quase cupidos, daquele amor que está nascendo. Anna Scott e William Tacker nasceram um para o outro e nós já sabemos disso.
A celebridade da estrela famosa que a torna inacessível e o anonimato do livreiro tímido, com casamentos desfeitos e solitário, vai fazer a história do filme acontecer.
Há também uma vibração diferente no clima britânico em que Anna mergulha. No jantar do primeiro encontro na casa dos amigos dele, ela é admirada por todos, claro, mas só a irmã mais nova de William (Emma Chambers) assume a tietagem. E ela, ao invés de se aborrecer, é agradável e compreensiva com a garota meio desmiolada que faz par com o inquilino de William, o excêntrico Spike (Rhys Ifans).
Os amigos de William, bem intencionados, querem arranjar alguém para ele, mas parece que nada dá certo. Depois de Anna, então, não há salvação possível para William que está irremediavelmente apaixonado por ela.
O roteiro escrito por Richard Curtis tem diálogos engraçados e um “timing” perfeito para o público torcer para o reencontro final do par romântico.
Enfim, o filme é cativante e é considerado como um dos clássicos do gênero.
Detalhe. Assim como abre o filme, a canção “She”, agora na voz de Elvis Costello, fecha a história e se alguém quiser ver de novo, em tempos de NETFLIX, não só é possível mas compreensível.
 

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