sábado, 16 de março de 2019

Capitã Marvel





“Capitã Marvel”- “Captain Marvel”, Estados Unidos, 2019
Direção: Anna Boden e Ryan Fleck

Ela é pequena, bem proporcionada, cabelos louros sempre soltos, olhar inteligente e, quando cai, levanta logo, pronta para o que der e vier. É uma guerreira. E isso desde criança, como vemos em flashes, correndo de kart, subindo em árvore e virando mais tarde piloto de caça, numa época em que a Força Aérea americana não aceitava mulheres.
Ela usa uma roupa de borracha com as cores da bandeira americana mas só depois que entendeu quem era e de onde vinha. E leva muito tempo para ela compreender isso. Até chegar de volta ao planeta onde nasceu, Carol Danvers pensa que é uma extraterrestre em luta contra outros extraterrestres.
Ora, como ela tem que recuperar o passado, depois de ter esquecido quem é, o filme que teria que mostrar sua origem e de como se tornou uma super heroína, opta por fazer essa recuperação acontecer através de flashbacks curtos, que mostram a confusão na cabeça dela, depois de uma lavagem cerebral, o que também confunde a plateia.
Claro que isso acontece com as pessoas menos familiarizadas com a personagem. E certamente isso é um erro do roteiro porque a ideia do filme é ganhar novos espectadores para a Marvel. Todas nós mulheres do século XXI merecemos mais uma super heroína brilhando nas telas do cinema. Mas, depois da Mulher Maravilha a expectativa seria também a de um novo roteiro bem elaborado.
Mas Brie Larson, que ganhou o Oscar de melhor atriz por sua interpretação comovente em “O Quarto de Jack”, faz o que pode para dar mais profundidade à heroína que ela veste. Aqui, o problema não é a atriz, é a própria Capitã, que em muito poucos momentos insinua o que se passa em seu mundo interno.
E um tantinho de doçura não faria mal nenhum à personagem. Também sua sexualidade não aparece e a sensualidade é restrita apenas a mostrar suas formas na roupa de borracha. Nesse ponto, Annette Bening está mais feminina e sexy na jaqueta de couro preta que ela leva como ninguém.
Samuel L. Jackson que faz o agente que vai acompanhar a Capitã Marvel, é o encarregado de mostrar bom humor e afeto. Nick Fury está ótimo em seu carinho irremediável pela gata Goose que  faz com ele o que ela quer. Desde “Alien” não se via uma gata tão amada.
O filme é bem feito em seus efeitos especiais mas nada de mais do que já vimos. Ponto para a trilha sonora bem escolhida.
No mais, a Capitã Marvel é um cometa. Uma luz que risca os espaços do universo, forte e poderosa. Mas longínqua. E muito só.


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