Direção: Catherine Corsini
A paixão é um sentimento que não escolhe hora,
nem lugar. E assim, envolve duas pessoas, tão inteiramente, que elas criam um
mundo à parte, pelo menos por algum tempo, fortificando-se com as dificuldades
encontradas.
É o que acontece na história de Delphine (Izia
Higelin) e Carole (Cécile de France).
As duas se encontram em Paris em 1971, um
momento de grande ebulição de ideias e de novas maneiras de viver descobertas
através do clima de liberdade que imperava.
Delphine, que vem do interior para a cidade
grande, deixando a fazenda de seus pais, é uma jovem camponesa que aceita sua
inclinação sexual, que surgiu nela muito pequena. Ela sente atração por
mulheres. Mas, dado o conservadorismo reinante, ela preserva seus
relacionamentos juvenís dos olhos críticos dos camponeses do local e da
família.
Já Carole é uma mulher urbana, mora com o
namorado e gosta justamente de enfrentar os preconceitos burgueses e de
divertir-se com um grupo de outras mulheres politicamente envolvidas com a
defesa dos direitos femininos. A vida delas é livre e agem até como
adolescentes, longe da vista dos pais.
Delphine olha de longe esse tipo de ativismo
mas não se envolve. Ela se encanta mesmo é por Carole e toma todas as
iniciativas para seduzi-la.
A princípio surpreende a outra, que encara
aquilo como um divertimento a mais. E uma oportunidade de escandalizar
burgueses.
Mas a bela Carole, que pensava poder ser livre
e levar a vida como bem entendesse, se vê envolvida por aquela menina saudável,
que não se engana com o que sente e é mais livre do que Carole para aceitar essa
atração, que logo se transforma em paixão.
Quando circunstâncias familiares obrigam
Delphine a voltar para casa e tomar a liderança da fazenda em suas mãos, ela se
mostra à altura dos acontecimentos e percebe que o trabalho com a terra e o
trato com os animais é o que mais a deixa à vontade nesse mundo. Ela não é uma
pessoa da cidade. Sente-se feliz no campo.
Carole aparece na fazenda, certa de poder
recuperar a atenção e o amor de Delphine. Mas, apesar de sentir-se atraída pela
ideia de largar tudo e seguir Carole, Delphine vai ter que refletir sobre as
escolhas que vai fazer e que vão determinar o rumo de sua vida.
Belas imagens e excelentes atuações são o ponto
forte de “Um Belo Verão”, que não hesita em mostrar os corpos femininos em seus
mais íntimos detalhes. Mas será que isso ainda escandaliza alguém? Talvez os
mais puritanos.
E certamente esse filme não é para pessoas que
ainda não aceitam que o sexo é saudável e pode se expressar de diferentes
maneiras.
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