Direção: J.C. Chandor
Enquanto ele corre (Oscar Isaacs, excelente),
exercitando
seu corpo de uns quase 40 anos, sua atraente mulher ruiva
(Jessica Chastain, bela e boa atriz) se pinta, fumando, na frente do
espelho.
Abel e Anna tem duas filhas e acabam de mudar-se para a
casa de concreto, vidro e uma porta azul.
Ele vem de família de imigrantes latinos. Foi
caminhoneiro quando jovem e apaixonou-se pela filha do patrão. Mas esse homem inteligente e determinado, dirige agora sua própria empresa de
distribuição de óleo combustível para calefação, que comprou do sogro. Todos
necessitam aquecer suas casas no inverno de New Jersey e Nova York. E Abel
Morales sabe vender e ensinar seus novatos a valorizar seu
produto.
Mas ele enfrenta um problema grave. Sua carga de óleo
está sendo roubada dos caminhões da Standard Heating Oil e os motoristas
agredidos covardemente. Apesar de ter informado à polícia, não parece fácil
resolver esse problema.
Anna, sua mulher, visita um dos motoristas, Julian, que
foi parar no hospital:
“- Quebraram o maxilar dele..., comenta
ela.”
E mais baixo para só Abel
ouvir:
“- Quer que eu fale com o meu
irmão?”
“- Nem com ele, nem com seu
pai.”
“- Estamos numa guerra”, responde
Anna.
“- Eu não estou”, retruca o
marido.
Abel estava prestes a fechar um grande negócio, o sonho
de sua vida. Naquele dia, dera o sinal para a compra de um terminal junto ao
rio, que iria fazer seu negócio dar um salto. Acesso ao rio, o óleo diretamente
despejado em seus tanques, podendo ser estocado:
“- Posso comprar na baixa e vender na alta do preço, com
bom lucro.”
Mas há perigo. Não será fácil para Abel ater-se ao seu
código de conduta, que não permite aos seus caminhoneiros o uso de
armas:
“- Não sou um gangster”.
E o ambicioso promotor negro (David Oyelowo) não
acredita que o negócio de Morales esteja correto ou vê nele um bom alvo que o
ajude a subir politicamente e o ameaça com acusações de fraude e não pagamento
de impostos.
Anna sempre cuidara de toda a contabilidade da
companhia, desde os tempos do pai dela. Entendia do negócio que aprendera com ele. Parece haver amor entre o casal mas eles são diferentes. Abel é mais
idealista e Anna tem seus pés no chão.
Na hora certa, haverá uma decisão difícil a ser tomada
por Abel, que pode arruinar seu casamento e sua vida.
Nova York sob uma luz dourada, vista da terminal do rio
em New Jersey, pode ser a realização de um sonho ou o começo de um pesadelo para
aqueles dois.
O diretor J.C. Chandor, 40 anos, em seu terceiro filme
(“Margin Call”e “All is Lost”), mostra a que veio, fazendo de “O Ano Mais
Violento” um filme elegante, com belas imagens e ótimos atores, que deixa
algumas perguntas no ar sobre ética e capitalismo.
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