Uma sonda no espaço flutua na tela.
A voz de Emma Thompson conta que, em 1977, a Voyager 1
deixou nosso planeta para explorar e fotografar o universo. Levou dentro dela
informações sobre o que é um ser humano, para que os possíveis extra-terrestres, que a
encontrem um dia, possam ter uma ideia de como somos e como é a Terra. Foram
escolhidos sons do mar, do vento, os batimentos do nosso coração, trinados da
voz humana cantando a ária da Rainha da Noite da “Flauta Mágica” de Mozart e o
som de um beijo, entre outras informações.
Em 14 de fevereiro de 1990, A NASA mandou um sinal para
a Voyager virar-se e fotografar os planetas que havia ultrapassado. E nós
aparecemos como um pequeno e pálido ponto azul, perdido na imensidão do
universo, recebendo luz fraca do Sol mas ainda visível.
O diretor canadense Jason Reitman, 37 anos, de
“Juno”2007 e “Sem Escalas”2009, faz um “zoom” e voltamos para a Terra.
Parece que a intenção dele é vasculhar o estado de
coisas aqui na Terra, mais precisamente, numa cidade pequena dos Estados Unidos,
e fazer uma foto que nos mostre agora, na segunda década do século
XXI.
Vamos seguir a vida de estudantes de uma escola
secundária. E ver como andam as relações humanas nessa nossa época de redes
sociais e vida virtual.
Estão todo clicando em seus telefones celulares, tablets
e computadores. Na tela, aparecem eles com suas mensagens.
Somos levados a seguir Hannah (Olivia Crocichia), que
quer virar celebridade, ajudada pela mãe (Judy Greer) que a fotografa em poses
sedutoras e pouca roupa. Outra, bem magrinha (Elena Kampouris), só pensa em não
comer e informa-se em sites que estimulam a anorexia. Mas quer deixar de ser
virgem e não esconde bem sua índole romântica.
Travis Trope faz um garoto cuja vida sexual se resume à
masturbação com o auxílio de uma garota da internet. Já seus pais (Adam Sandler
e Rosemary DeWitt) que não transam, entram em salas de “chat” para encontrar
parceiros secretos.
Brandy (Kaitlyn Dever) é vigiada e gravada pela mãe
invasiva (Jennifer Garner), que quase transforma o namoro saudável dela com Tim
(Ansel Elgart) em tragédia.
Em todas as histórias, conflitos, angústias e a vontade
de amar e ser amado.
Ou seja, a humanidade continua a mesma de sempre, só que
agora usa tecnologia para se relacionar ou evitar o outro. Na nossa essência,
não mudamos.
Continuamos sendo aqueles dos sons viajando no espaço
levados pela Voyager, habitantes de um pequeno e pálido ponto azul, perdido na
imensidão do universo.
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