Direção: Ridley
Scott
Quem não conhece essa história
milenar?
Moisés, que foi salvo da morte certa,
ainda bebê, porque foi colocado num cesto no Rio Nilo para escapar dos soldados
do faraó, foi adotado pela princesa que o encontrou. Não sabendo sobre sua
origem, fez dele um Príncipe do Egito. Ele é um dos personagens mais importantes
da religião judáica e está presente na Bíblia dos cristãos e no Corão dos
muçulmanos.
Cecil B. de Mille, em 1956, fez
Charlston Heston ser o Moisés que falava com Deus, uma coluna de fogo, no filme
“Os Dez Mandamentos”. Houve também uma animação da DreamWorks, “O Príncipe do
Egito”.
Mas nunca se viu um Moisés como o de
Ridley Scott, na pele de Christian Bale. O diretor do “cult” “Blade Runner”
1982, “Alien” 1979, “Gladiador” 2000, “Prometheus” 2012, fez de Moisés um
príncipe, um exilado, um homem em busca de si mesmo e, por fim, um
revolucionário que tira seu povo da escravidão no Egito, liderando-o em busca da
Terra Prometida.
Tudo isso contado com tal grandiosidade
e beleza de imagens 3D, que nos perdemos na procura de detalhes, quando a
imensidão do que é mostrado na tela não dá para nossa visão abarcar. É de
embasbacar. Tudo é superlativo.
Quem conhece o Egito nunca sonhou em
ver aquelas ruinas reconstituídas com tamanha glória. Os palácios refulgem, as
colunas imensas sustentam edifícios de sonho. A decoração é extasiante nos
mínimos detalhes, sob uma luz definitiva.
As passagens mais marcantes como as
pragas e a travessia do Mar Vermelho são contadas em cenas arrepiantes que são
imagens que falam. Não são necessárias palavras para entender o que se
passa.
Os atores foram bem escolhidos: John
Turturro como o faraó, Joel Edgerton seu filho Ramsés, Sigourney Weaver faz a
irmã do faraó e a bela indiana Golshifteh Farahani (de “A Pedra da Paciência”) é
a rainha.
Mas ninguém faz sombra a Christian
Bale, que construiu uma personalidade carismática e muito humana para
Moisés.
Um ponto alto é a originalidade com que
Ridley Scott tratou a figura do Deus dos hebreus. Um menino (o britânico Isaac
Andrews, de 11 anos) encantador, voluntarioso e muitas vezes doce. Tão próximo
de Moisés que diríamos ser a parte dele identificada com a missão de salvar seu
povo e ser digno de sua origem, antes ignorada por ele e resgatada com
honra.
“Exodo: Deuses e Reis” é um filme épico
com um quê de contemporâneo.
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