Direção: John Lee Hancock
O passado sempre volta até ser resolvido ou esquecido. E
a figura do pai é importante na vida dos seres humanos pois será o modelo dos
meninos e o amor ideal das meninas. Pois tudo isso tem a ver com o filme “Walt
nos Bastidores de Mary Poppins”.
A figura conhecida das crianças, Walt Disney (1901-1996)
e P.L.Travers (1899-1996), a criadora de uma governante mágica, Mary Poppins,
vão se encontrar em Los Angeles em 1961. Será que finalmente o filme sairá? Faz
20 anos que Disney sonha com isso.
Ela gosta de ser chamada Mrs Travers (Emma Thompson,
maravilhosa) e assina P.L.Travers em seus livros. Mora em Londres, parece ser uma
típica senhora inglesa e precisa de dinheiro. Detesta intimidades com
estranhos.
Mas, desde o começo do filme vemos imagens de sua
infância na Austrália, o pai bonitão (Collin Farrell), encantador, um principe
encantado, dono de uma imaginação fascinante e amado com loucura pela filha mais
velha. Havia um só problema. Sonhador, não conseguia por os pés no chão e cuidar
direito da família. E bebia.
Para fazer o filme, a dona de Mary Poppins vai ter que
mexer no seu passado que traz lembranças dolorosas. É difícil abandonar a
“persona” que ela adotou para se defender do mundo.
Ela quer e não quer fazer o filme. Por isso inventa mil
problemas e fica intransigente com as soluções. Nada a
agrada.
Mas Walt Disney (Tom Hanks, sempre competente), que
aparentemente se reconciliou com seu passado, também difícil, com um pai severo
e mandão, será a pessoa que vai ajudar a rabujenta Mrs Travers a sair de sua
posição defensiva e voltar a ser mais livre, como tinha sido em sua
infância.
O simpático motorista americano (Paul Giamatti) também
ajuda a abrir portas fechadas no coração da autora de oito livros de Mary
Poppins de 1934 a 1988.
O título do filme em português, escolhido para explicar
ao público que é um filme sobre Walt Disney, não tem o sentido interpretativo do
título em inglês, “Saving Mr Banks”. Ele é o pai das crianças, tão ocupado
quanto a mãe, que contrata Mary Poppins para cuidar dos filhos. A pergunta que o
filme responde é: Mary Poppins aparece para salvar
quem?
Uma das maiores delícias do filme é a perfeita
reprodução dos anos 60 nos figurinos, mobiliário, carros, tudo enfim, com grande
fidelidade e graça.
O filme “Mary Poppins” de 1964, que ganhou 5 Oscars, foi
dirigido por Robert Stevenson e estrelado pela jovem estreante nas telas, Julie
Andrews, que ganhou o Oscar de melhor atriz pelo papel.
Aqueles que se lembram do filme ou os que não viram, vão
poder comprar o Blu-Ray lançado em comemoração dos 50 anos do
filme.
“Mary Poppins” não saiu como a autora do livro queria
mas emocionou Mrs Travers e vai encantar você.
Veja os dois. Prometo lágrimas, sorrisos e lembranças da
infância.
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