terça-feira, 25 de março de 2014

Refém da Paixão


“Refém da Paixão”- “Labor Day”, Estados Unidos, 2013
Direção: Jason Reitman

Um bom romance com toques de intensa sensualidade é o que vamos ver em “Refém da Paixão”. Se você gosta, vai deleitar-se. Se tem horror, acha açucarado, evite.
A narração da história, baseada no livro de Joyce Mainard, “O Fim do Verão”, editado pela Record por aqui, é feita por um homem (Tobey Maguire) que relembra o que aconteceu no feriado de “labor day”, título original do filme.
Ele era um menino (Gaflin Griffith) em 1987 e, na quinta feira que antecede o feriado, insiste com a mãe (Kate Winslet, indicada ao Globo de Ouro pelo papel), para ir com ele ao supermercado.
Fazia calor, era setembro e as aulas iriam recomeçar logo depois do fim de semana prolongado pelo feriado.
Mãe e filho moravam numa casa que precisava de reparos e pintura. O jardim mal cuidado, era outro sinal de que ninguém ali se ocupava com o serviço que, normalmente, um homem faz.
O pai (Clark Gregg) fazia falta naquela casa. A separação deixara mãe e filho órfãos.
Adele, mãe de Henry, estava claramente deprimida. Despenteada, pálida, sem um pingo de maquiagem, ela raramente saia de casa.
Por isso, quando ela aceita ir ao supermercado com o filho (inclusive porque notara que ele precisava de roupas novas já que tinha crescido, sem ela perceber), Henry sente-se aliviado. Afinal, ele, que tenta cuidar da mãe, vê com preocupação seu ar desnorteado e o desmazelo. Nega-se, inclusive, a ir morar com o pai e a nova família dele:
“- Preciso cuidar dela, pai. Acho que ela está pior...”
Mas, naquele dia, a ida ao supermercado não ia ser como das outras vezes.
Henry olha as revistas femininas expostas, enquanto a mãe se ocupa com as roupas novas para ele. Um título chama sua atenção: “O que os homens precisam saber”. Mas, a presença de uma mulher faz com que encolha a mão que ia pegar a revista.
Ainda envergonhado, é surpreendido pela presença de um homem sangrando:
“- Preciso de ajuda. Será que ela me daria uma carona?”, diz o homem apontando para a mãe de Henry.
“- É minha mãe, Adele.”
Os dois vão até ela:
“- Mãe, este é Frank, precisa de ajuda.”
“- Não vou perturbar. Você vai ter que me ajudar”, e Frank segura com força o pescoço do menino.
Adele, assustada e atrapalhada, leva o homem para sua casa.
“- Não vou mentir. Pulei do segundo andar do hospital onde operaram o meu apêndice. Eu fugi da prisão.”
E aquele homem alto, bonito, forte (Josh Brolin) vai mudar a vida do menino e sua mãe.
Adele vai soltar-se nos braços daquele homem que a faz vibrar com o mero toque de suas mãos.
E Henry vai aproveitar de uma presença masculina na sua vida. Conversas, jogos, cumplicidade e as tardes na cozinha, onde aprendem a cozinhar com Frank, serão para sempre lembradas.
O diretor e roteirista Jason Reitman faz um bom trabalho com Kate Winslet, atriz talentosa e sensível. Ela e Josh Brolin passam para a plateia uma química inegável.
Mas, espera-se mais de quem tem no currículo “Obrigado por fumar” 2005, “Juno” 2007, “Amor sem Escalas” 2009.
Falta algo em “Refém da Paixão”. Talvez ritmo. E os “flashbacks” sobre o passado do fugitivo são dispensáveis. Caberiam num diálogo, já que não provocam o suspense imaginado.
O filme é bom para quem não é muito exigente e é romântico.

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