Direção: Roger Michell
O garoto que atraia garotas com sua coleção de selos,
não perde a mania, mesmo quando ele se torna o Presidente dos Estados
Unidos.
Ele é Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), 32º
Presidente do seu país, que serviu por quatro turnos, 12 anos, até sua morte.
Enfrentou uma poliomielite, uma enorme crise financeira mundial e a Segunda
Guerra. Lider do Partido Democrata, sua política liberal ficou conhecida com o
nome de “New Deal”.
Ela é Daisy (Laura Linney), prima distante dele, na
verdade Margareth Suckley na vida real, não especialmente atraente, mas dócil e
tímida.
Numa tarde de primavera, o telefone toca na casa da tia
dela, onde morava e a vemos ficar pálida:
“- Sinusite?” diz ela e ouve a
convocação.
“- Alguém morreu?” pergunta a tia quando a vê arrumar-se
apressada.
“- Não vou demorar”, responde
lacônica.
Era a mãe dele (Elizabeth Wilson) que, depois de esgotar
a lista de pessoas para entreter o presidente, lembra-se dela.
Primos distantes, ele não se recordava de Daisy mas a
chama para sentar-se mais perto:
“- Sr Presidente?”
“- Coleciona selos, Daisy?”
Ela aproxima-se e ele serve-se de uma garrafa de prata
escondida na gaveta.
“- Posso fazer isso porque minha mãe não está aqui” diz,
como se fosse um garoto travesso.
A secretária Missy (Elizabeth Marvel) entra na sala sem
bater, desculpa-se quando a vê e a olha com um olhar
interrogativo.
“- Minha prima”, apresenta ele, enquanto assina o papel
e a secretária sai.
Voltam aos selos.
“- Esse é lindo. Gostaria de ir para lá”, ela diz.
“- Onde?”
“- Para ser franca, gostaria de ir para qualquer
lugar.”
Ele ri, com os olhos brilhando como os de um leão
observando a presa.
E foram muitos passeios, no carro construido
especialmente para ele, que tinha limitações com as pernas. Sempre fumando com a
sua piteira elegante, ele a levava a passear no conversível
preto.
E a vida dela passou a girar em torno às visitas dele a
Hyde Park on Hudson.
Mas, quando o rei e a rainha da Inglaterra (Samuel West
e Olivia Colman) chegam para um fim de semana em 1939, para conseguir a adesão
dos Estados Unidos à guerra dos Aliados
contra a Alemanha nazista, Daisy descobre que é apenas uma sombra na vida
dele.
Eleanor Roosevelt (Olivia Williams), a mulher do
presidente, que não morava com ele, toma as rédeas da visita real e impõe sua
vontade: jantar formal para o qual Daisy não é convidada e piquenique com indios
e “hot-dogs”.
Passada a tristeza, Daiy decide que o melhor a fazer é
contentar-se em ser um segredo.
O filme, dirigido por Roger Michell (“Um lugar chamado
Nothing Hill”1999), tem uma produção de arte competente, figurinos bem
escolhidos, locações no belo campo americano e um ótimo Bill Muray como o
presidente.
Mas as melhores cenas não são com Daisy e sim com o rei,
gago e inseguro, para quem o presidente se arvora em conselheiro
paternal.
Essa estranha divisão em duas tramas, tira a força do
filme, que não faz juz à fama conquistada por Roosevelt na política,
contentando-se com fofocas sobre a vida do presidente e dos “royals”
ingleses.
Mas, diga-se a verdade. O filme consegue
entreter.
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