Direção: Robert Zemeckis
Um filme de amor? Um filme de
guerra? Nem um, nem outro mas tem tudo isso no mais novo trabalho de Robert
Zemeckis, que assina muitos filmes. Ganhou o Oscar com “Forrest Gump, o
Contador de Histórias”.
A dupla romântica é o
suprassumo da elegância. São da elite do cinema: Marion Cotillard, Oscar por
“Piaf” e Brad Pitt, sem Oscar mas com muitos outros prêmios. Ela interpreta
Marianne Beauséjour, francesa e ele Max Vatan, canadense, que se encontram
durante a Segunda Guerra, em 1942, no Marrocos, na época Protetorado Francês.
E aqui, entra outro elemento
interessante: espionagem e suspense. Os dois vão se empenhar em eliminar um
general alemão, numa festa luxuosa na embaixada alemã em Casablanca, que vira
um campo de guerra, com a vitória para a dupla que foge para a Inglaterra.
Lá eles se casam, tem uma
filhinha e vivem uma felicidade de apaixonados numa casa em Londres.
Tudo parecia perfeito e só
faltava a guerra acabar, quando o serviço de contraespionagem inglês acusa
Marianne de ser uma espiã alemã. Será possível? O tenente-coronel Vatan faz
tudo que pode para provar o contrário.
O roteiro de Steven Knight é
baseado numa história real que ele ouviu contar há mais de 30 anos. O suspense
é bem armado e a dupla, principalmente Marion Cotillard, comove e envolve a
plateia.
Há cenas espetaculares como a
de abertura do filme, em que Brad Pitt desce de paraquedas no deserto, entre as
dunas amarelas ao sol brilhante e é recolhido por um carro. Lá dentro, abre uma
valise e verifica documentos falsos, armas e dinheiro. O motorista passa uma
caixinha de veludo para ele, onde brilha uma aliança. E diz:
“- Sua esposa o espera.
Cherchez le colibri (procure o beija-flor).”
E, num clube noturno todo de
mármore, cristais e elementos art-deco, lá está ela, deslumbrante, com o beija-flor
bordado num xale de seda.
Aliás, os figurinos são um
dos pontos altos do filme. Joanna Johnston foi indicada ao Oscar de melhor
figurino, não ganhou mas fascinou quem gosta de moda com os vestidos de
Cotillard. O sedutor peignoir de seda bordado com flores, o de paetês negro com
decote nas costas, o verde água de cetim longo, com uma “basque” na frente e o
bordado de uma pluma no ombro, distraem a atenção, de tão maravilhosos que são.
Marion Cotillard resplandece
na tela, grávida de dois meses, segundo filho dela e do seu companheiro
Guillaume Canet, ator e diretor francês.
Só isso já desqualifica o
boato, que atrapalhou o filme, de Brad Pitt estar tendo um caso com ela. Diziam
que havia detetives no estúdio onde eram rodadas as cenas. Aliás, isso deve ter
contribuído para seu desempenho rígido e forçado, sem verdadeira entrega,
destoando do estilo de Cotillard, que palpita tão verdadeira na pele da sua
personagem.
O fato é que ela parece feliz
e realizada e ele tenso e distante. A vida real apareceu nesse filme sem ser
convidada. O casal Brangelina não existe mais. Acontece todo dia mas na realeza
hollywoodiana isso faz manchete no mundo todo.
De qualquer modo, “Aliados” é
um filme com uma pegada antiga que cai bem.
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