“La La Land – Cantando Estações”- “La La Land”,
Estados Unidos, 2016
Direção: Damien Chazelle
Uma imagem que todos conhecemos de Los Angeles
são suas auto-estradas sempre apinhadas de carros, em grandes engarrafamentos.
Cada um em seu carro escutando música e todos irritados com a lentidão do
tráfego.
Pois foi essa ideia que o diretor Damian
Chazelle (“Whiplash”), 31 anos, transformou em uma cena de abertura inesquecível
de seu terceiro filme. Todos parados e, de repente, um a um, todos saem de seus
carros para cantar e dançar.
A câmara de Chazelle também dança e acompanha
os 100 bailarinos, vestidos em cores berrantes, na canção “Another Day of
Sun”.
Claro, todos aqueles que perseguem seu sonho na
cidade do cinema, vão ser representados por esses jovens que pulam sobre o teto
dos carros em uma coreografia atlética e alegre.
Dentre eles estão os principais personagens da
trama: Mia (Emma Stone) que trabalha numa lanchonete dentro de um grande estúdio
de cinema e corre cada vez que é chamada para uma entrevista, porque essa pode
ser a chance que ela espera para se tornar uma estrela e Sebástian (Ryan
Gosling) que tem um estilo diferente daqueles jovens. Seu carro é antiguinho,
tem toca-fitas e ele se veste como se vivesse nos anos 50. Ele é um pianista
talentoso, que sonha em ter seu próprio clube noturno de jazz mas ao velho e bom
estilo do jazz que nasceu em Nova Orleans. Para conseguir sobreviver, ele
trabalha num restaurante, onde toca músicas de Natal e sucessos dos anos
80.
Mia e Sebástian se odeiam em seu primeiro
encontro naquela estrada. Ela leva uma buzinada dele e retribui com um gesto
mal-educado.
Mas esses dois vão se encontrar outras vezes. E
são feitos um para o outro. É só acontecer uma boa oportunidade, que vem depois
de uma festa, quando eles procuram seus carros. Sentados num banco, com a cidade
e suas luzes lá no vale, eles começam a dançar um sapateado ao som de “City of
Stars”. Um encantamento.
Acompanhar esses dois se apaixonando e dançando
entre as estrelas do Observatório, é outra cena que emociona e faz
sonhar.
Mas o conflito vai começar assim que eles se
convencem que são um casal. O que será mais importante? Realizar o sonho
profissional ou o amoroso?
E parece que o jovem diretor e roteirista
percebe em sua geração uma tendência a valorizar mais a realização profissional
do que a afetiva.
“La La Land” também tem momentos de decepção.
Mas o filme, que não pode ser considerado um
musical porque não é o tempo todo que eles cantam e dançam, faz uma homenagem
aos musicais do século XX, sem se esquecer que estamos no XXI.
A nostalgia dos anos dourados serve para
impulsionar Mia, que idolatra Ingrid Bergman, a aceitar qualquer coisa no
cinema, lugar onde ela quer brilhar.
Já Sebástian, apesar de fazer sucesso com o
tipo de música que se faz hoje em dia, sonha em poder tocar em seu piano a
música que ele adora.
E nós na plateia nos apaixonamos por esses dois
e torcemos por eles. Mas recordamos que são as escolhas que fazemos no presente
que determinam o nosso futuro.
“La La Land” acredita nos sonhos mas também tem
o pé na terra.
Um filme bem imaginado, original e encantador.Ganhou sete prêmios no Globo de Ouro: melhor filme musical, melhor diretor, melhor roteiro, melhor atriz, melhor ator, melhor canção "City of Stars", melhor música original.
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