“Sétimo”- “Septimus”, Espanha, Argentina,
2013
Direção: Patxi Amezcua
Na manhã e do alto, vê-se uma cidade com prédios, um
parque, trânsito. Quando a câmara se aproxima de um carro, identificamos Ricardo
Darín, que faz um advogado portenho. Conversa no celular com seu escritório,
flerta galante com a secretária e ficamos sabendo que ele é
separado.
Nesse dia, o escritório onde trabalha vai ter uma
audiência num caso importante, que envolve pessoas endinheiradas mas não de boa
fama. Precisam dele lá.
“- Todos tem direito à defesa”, responde ele à ex-esposa
(Belén Rueda), que o questiona.
Todo dia, antes do trabalho, ele vai buscar os filhos na
casa da ex e os leva para a escola.
Pela conversa dos dois, enquanto esperam as crianças se
aprontarem, deduzimos que foi ela que quis a separação e que quer voltar para a
Espanha, onde mora sua família.
Seu pai está doente e precisa
dela.
Mas Sebastián não quer separar-se dos filhos e não
concorda em assinar os papéis necessários para tal
viagem.
As crianças, um menino e uma menina chegam e lá se vão
correndo pelas escadas do prédio, enquanto o pai desce de elevador. É um jogo
deles. Apostam para ver quem chega primeiro lá embaixo, na saída para a
rua.
E começa um angustiante pesadelo para Sebastián. Quando
ele desce, não encontra os filhos. As crianças
desapareceram.
Ele sobe e desce as escadas à procura delas, chamando
alto, pois pensa que estão brincando, mas não é brincadeira.
Sumiram.
O telefone celular para emergências, que o filho tem na
mochila, está desligado. O zelador do prédio, que estava na portaria, não viu as
crianças passarem.
De agora em diante, todos são suspeitos para Sebastián.
O diretor catalão Patxi Amezcua, co-autor do roteiro,
realiza um bom trabalho na criação do suspense. Atiça a curiosidade do
espectador, que se envolve com o mistério. Afinal, o que pode ter acontecido com
as crianças entre o sétimo andar de onde sairam correndo e o momento em que não
foram mais vistas?
Ricardo Darín é daquele tipo de ator que preenche a
tela. Seu pai amoroso, que ele coloca na frente do advogado, comove. As
expressões faciais, o nervosismo, a impulsividade frente a cada novo suspeito,
tudo ele desempenha com perfeição.
Contar com Ricardo Darín é um trunfo para o diretor,
mesmo que haja falhas no roteiro.
“Sétimo” é um suspense bem feito, com um ator que é um
monstro na interpretação de qualquer papel.
É bom entretenimento.
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