Direção: Erik Poppe
A vida de um fotógrafo de guerra é dura e perigosa. Ele
precisa estar presente no meio dos acontecimentos, onde a morte
ronda.
Rebecca(Juliette Binoche) é fotógrafa profissional. Ela
é americana e suas fotos de guerra ou de lugares onde pessoas correm perigo, são
vistas em publicações importantes.
Quando o filme começa, ela está em plena ação, no
Afeganistão, documentando uma cena estranha. Uma mulher jaz no fundo de uma
cova, cercada por mulheres que rezam.
Mas não está morta. É retirada da cova e levada para
cumprir um ritual. Ela vai morrer logo. E levar muita gente junto. Ela é uma
mulher-bomba.
Numa espécie de transe, ela é colocada num carro e
Rebecca pede para ir também, fotografando os últimos momentos da mulher que reza
de olhos fechados.
Passam pelo centro de Cabul e logo há uma barreira
policial. O carro passa sem problema mas, nesse momento, Rebecca
grita:
“- Quero sair! Me deixem sair!”
Vendo ela saltar do carro ainda em movimento, os guardas
pedem seus documentos. Ela mostra a credencial da imprensa. E sai
correndo:
“- É uma bomba!”, grita Rebecca quando se dá conta de que
a mulher vai se explodir na rua cheia de gente, crianças
inclusive.
E o pior acontece. Ela é jogada longe com a explosão. A
máquina fotográfica rola na areia ensanguentada.
Pânico ao redor. Fogo. Ela está surda. Automaticamente,
pega a máquina e fotografa pessoas correndo, levando no colo seus mortos e
feridos.
Rebecca cai. Presenciamos as imagens que ela vê quando vive uma experiência de quase
morte.
Acorda no hospital:
“- Onde estou?”
“- Dubai.”
Quando voltar para casa, na Irlanda, com o marido, ao
encontro de suas duas filhas, vai começar outra guerra para Rebecca. Íntima e
dilacerante.
Ela é considerada uma heroína pelos jornais de Dublin.
Mas só os estranhos pensam assim. Não seu marido e suas filhas. Eles se sentem
abandonados e rejeitados por ela.
Vai ser duro para Rebecca, interpretada com alma pela
maravilhosa Juliette Binoche, pensar em mudar de vida. Afinal, ela é uma das
cinco top fotógrafas do mundo, naquela especialidade difícil, de encarar a guerra
e a morte.
“Mil Vezes Boa Noite” é um filme sensível, que propõe uma
reflexão sobre a paz alienada e a guerra injusta que mata
inocentes.
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