“O Espetacular Homem-Aranha 2 : A Ameaça de Electro” –
“The Amazing Spider-Man 2”, Estados Unidos, 2014
Direção: Marc Webb
O Homem-Aranha é o único superheroi que assume
plenamente sua fragilidade de ser humano. Ele tem medo e humor. E, por isso, conquista
de cara a simpatia das plateias, em suas diferentes versões para o
cinema.
Há quem prefira o primeiro filme de 2002, de Sami Raimi,
que dirigiu a trilogia com o ator Tobey Maguire. A história que é contada é a de
um garoto que, picado por uma aranha do laboratório do pai, sofre uma mutação.
Criado pelos tios, porque seus pais cientistas tem que fugir, sofre “bullying”
na escola e torna-se um adolescente com medo de viver, apesar de seus
superpoderes. A identificação com todos os jovens do planeta Terra, que sofrem
porque tem que crescer, é fácil e direta.
E a satisfação e o frio na barriga que sentimos com seus
voos, faz lembrar montanhas-russas, bungee-jump e quedas livres, para quem já
experimentou essas loucuras na vida real ou apenas sonhou com
elas.
Agora, com Marc Webb (“500 Dias com Ela”) na direção,
tudo continua o mesmo, mas mais movimentado e o nosso heroi mais seguro e mais
apaixonado, vivendo mais conflitos internos. Mudaram os atores. E Andrew
Garfield como Peter Parker, o Homem-Aranha e Emma Stone como a namorada dele,
Gwen, nunca tiveram uma sintonia tão intensa.
O filme tem um prólogo que recorda o que aconteceu com o
menininho que pensa que foi abandonado. Mas, antes da queda do avião que conduz
seus pais, vemos um “down-load” ser completado com desespero. Uma confissão vai
consolar Peter e ajudá-lo a aceitar a realidade da
morte.
Sem perder a graça infantil, que faz dele um heroi
amado, o Homem-Aranha vai ter que enfrentar não só inimigos como o carente e
transtornado Electro (Jamie Foxx, excelente), o Rhino (Paul Giamatti) ou seu
antigo colega de escola, Harry Osborn (Danny DeHaan), que se transforma em um
sádico Duende Verde. Isso ele tira de letra. As cenas das lutas prendem na teia
do Aranha também a plateia e não se vê ninguém olhando na telinha do celular ou
passando mensagem no cinema.
O pior para Peter Parker, e para qualquer ser humano, é
o enfrentamento das dores que sofremos para viver o
amor.
Percebendo a necessidade que tem de Gwen, de sua
presença amorosa e bela, de sua ajuda inteligente em momentos difíceis, Peter
não quer que ela o abandone. Mesmo tendo prometido afastar-se dela, ao pai já
morto de Gwen.
A tia May, vivida por Sally Field, está no lugar da mãe
dele e recorda ao menino orfão o que é amar do fundo do
coração.
Por causa de seus próprios sofrimentos, o Homem-Aranha
compreende e ampara aqueles que estão desamparados em perigo. Ele é um heroi
empático, que não procura glórias mas amor.
Essa história vai ter mais três filmes, o último em
2018.
E, atenção! A cena adicional não é do próximo filme do
Homem-Aranha mas uma publicidade de um
filme da Fox, em troca da liberação do diretor Marc Webb para a Sony. Isso
atrapalhou muita gente.
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