“Diana”- Idem,
França/Suécia/Bélgica 2013
Direção: Oliver
Hirschbiegel
Ela conheceu dias de
glória e também de choro e ranger de dentes. Era a mulher mais famosa do
mundo
e dizia que queria ser
amada, não só pela multidão de fãs mas por um homem.
Via-se como rejeitada,
por isso queria tanto agradar?
“Diana”, o primeiro filme
que fazem sobre a vida de Lady Di (e muitos virão), foi baseado no livro de Kate
Snell, “Diana: Her Last Love” de 2001( “Diana: O Último Amor de uma Princesa”,
Prata Editora).
A trama do filme
centra-se no suposto relacionamento amoroso com um médico paquistanês, que
operava num hospital em Londres, Hasnat Khan (Naveen Andrews, péssimo no papel).
E o roteiro fraco, não
ajuda a vender esse romance desmentido por ela.
Na verdade, nunca
saberemos a verdadeira história da princesa de Gales, que dizia preferir ser a
“Rainha dos Corações” a ser rainha da Inglaterra.
E, se tudo é ficção, uma
coisa é certa. Desde sua primeira aparição na imprensa, com aquela saia
transparente na contraluz e rosto de anjo, num jardim da infância onde
trabalhava, Diana levou uma vida sendo fotografada e filmada.
E parecia gostar
disso.
A famosa entrevista de
1995 para a BBC foi um choque para o mundo todo. A cena do filme em que ela
ensaia as respostas em frente ao espelho, mostra algo que pode fazer sentido.
Porque parece que Diana sempre quis se vingar da rejeição que dizia ter sofrido
por parte da família real e de Charles, seu marido.
Conta a lenda que foi
Camilla Parker Bowles, na condição de amante, quem escolheu Diana para ser mãe
dos herdeiros de Charles, o primeiro na lista da sucessão, se Elizabeth II
renunciar ou morrer.
“ - Éramos três naquele
casamento...” diz ela com o rosto angelical e grandes olhos azuis marejados,
fazendo de si mesma uma vítima a ser glorificada.
A partir daí, em sua
curta vida de 36 anos, a imprensa nunca mais deixou de acompanhar cada passo que
ela dava. Todo mundo viu todas as fotos.
E, por isso mesmo, Naomi
Watts mostra que, na difícil missão de encarnar Diana, ela se saiu muito bem.
Nosso olhar a segue em todas as posturas de cabeça, modo de andar e olhar, que
flagramos na princesa. Claro que maquiagem, roupas, joias, fazem parte do
cenário e ajudam, mas Naomi Watts é o filme.
Percebe-se o talento da
atriz, que não fez uma imitação barata mas incorporou a personagem,
identificando-se com ela e simpatizando com seus sentimentos.
Isso passa para o público
no cinema de maneira tão forte, que, acabado o filme, pensamos em Diana e em
nossas memórias sobre ela. Cada um com sua versão particular, mas todos
encantados com essa princesa bela e simpática, aberta para as pessoas simples e
necessitadas mas que sempre foi e para sempre será enigmática.
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