“Projeto Gemini”- “Gemini Project”, Estados Unidos, 2019
Direção: Ang Lee
Um trem em altíssima velocidade segue em direção a um túnel
no vale. Um atirador deitado na grama do alto de uma colina prepara-se para o
tiro. A imagem é belíssima, ampla, super nítida. Olho na mira, ele hesita
porque há uma criança muito próxima do alvo. Mas atira. E acerta um homem, no
pescoço, a 2 km de distância.
Porém Henry Brogan (Will Smith) não está satisfeito e diz a
seu chefe que vai se aposentar. Ele trabalha para agências americanas como
assassino profissional:
“- São já 72 mortes. Quero um pouco de paz. Deseje-me sorte.
”
Mal sabe ele que seus planos vão ser revirados. Além de
descobrir que o homem que acabara de matar não era o terrorista que disseram
que era, ele começa a ser alvo de emboscadas. Queima de arquivo. Ele sabia
demais.
E quando a agente que mandaram vigiá-lo fica sabendo da
história, se alia a ele. Henry e Danny (Mary Elizabeth Winstead) saem à procura
de um amigo de Brogan que poderia ajudar. O asiático Baron (Benedict Wong) que
vive em Cartagena, Colômbia, os acolhe em sua casa.
O cerco a Henry agora é feito por um motoqueiro audaz que
encena uma das notas altas do filme. Uma perseguição em motos onde a máquina é
usada como arma. As ruas estreitas e coloridas da cidade colombiana são o palco
dessa disputa mortal.
Mas o roteiro não tem muitas surpresas.
Iremos ainda para Budapest num Gulfstream e vamos ver uma
luta corpo a corpo numa catacumba com muitos esqueletos.
E não é preciso ser um gênio para adivinhar que o assassino
que o vilão Clay Verris (Clive Owen), do Projeto Gemini, manda atrás de Henry,
é o próprio, só que com 23 anos e a força de um tanque de guerra.
Ang Lee, 64 anos, nascido em Taiwan e radicado nos Estados
Unidos é um diretor muitas vezes premiado. Indicado ao Oscar de diretor por “O
Tigre e o Dragão” , levou a estatueta dourada duas vezes por “O Segredo de
Brokeback Mountain” em 2006 e “As Aventuras de Pi” em 2013. Além disso foi
premiado com dois Leões de Ouro em Veneza por “O Segredo de Brokeback Mountain”
e “Desejo e Perigo” em 2007. Em Berlim foi premiado com o Urso de Ouro por
“Razão e Sensibilidade” em 1996.
Aqui ele parece estar mais interessado em usar uma nova
tecnologia, o 3D+, que projeta as imagens a 60 quadros por segundo ao invés dos
tradicionais 24 quadros. A imagem é de uma nitidez fantástica. E o jovem Will
Smith é criado através da captura de movimentos, sendo o primeiro personagem do
cinema totalmente recriado digitalmente.
“Projeto Gemini” é um filme de ação sem novidades no
roteiro, mas diverte.
Só que isso é muito pouco para um diretor do nível de Ang
Lee.
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