“Malévola: Dona do Mal”- “Maleficent: Mistress of Evil”,
Estados Unidos, 2019
Direção: Joaquin Ronning
Durante o tempo longo em que assisti “Malévola: Dona do
Mal”, me deu muitas saudades do primeiro filme de 2014. Nele, Angelina Jolie
era o centro das atenções e dona da tela. O reino dos Moors com seus encantos
era solar, colorido e engraçado. Aurora, a rainha benfazeja. Era um filme
feminino, de emoções delicadas.
Essa sequência, também dos estúdios Disney, ao contrário, é
masculina, noturna e fria. As emoções são raivosas e aguerridas. A mulher aqui,
representada pela rainha Ingrith, é falsa e segue o modelo de destruir para
conquistar.
Elle Fanning repete o papel de Aurora, criada pela madrinha
Malévola e vive no reino dos Moors. O príncipe (Harris Dickinson) continua
apaixonado e quer casar com ela.
Mas o foco da história está na sogra de Aurora, a mãe do
príncipe, a nova vilã, que ocupa mais espaço do que Malévola. Michelle
Pfeiffer, toda de branco e pérolas, outras vezes de branco e diamantes, é má e
ardilosa. Seu intuito secreto é acabar com as criaturinhas do reino dos Moors
e, principalmente, derrotar Malévola.
Para isso, traça planos complexos e é ajudada por uma
assistente antipática de cabelos cor de fogo e um duende sinistro que habita um
porão escuro e tenebroso. A passagem secreta da rainha para esse mundo da
maldade, onde se urdem artefatos mortais, é pelo “closet” dela, onde brilham
seus vestidos. Mas ela está mais preocupada em destruição do que em ser bela.
Malévola, na pele de Angelina Jolie, continua sendo uma figura
que parece ser do mal mas que nunca foi. Seus chifres de Ibex (uma cabra que
vive no Himalaia) e asas negras de grifo (uma ave mitológica) são iluminados
por olhos verdes sedutores e uma boca vermelha bem delineada. Mas ela não é de
risadinhas tolas. Tem até que ensaiar o sorriso que vai usar no jantar no
castelo de Ingrith, já que não gosta dessa ideia.
Dessa vez Malévola visita o reino dos seres alados parecidos
com ela. E que também vão enfrentar as hostes inimigas da rainha Ingrith.
Mas onde está a magia? Só os pós vermelhos da bruxa de
branco ganham destaque na parte final, que transforma tudo num filme de
ação repetitivo. Guerras e lutas já vistas.
Ora... ora..., como diria Malévola, quando vamos voltar à
imaginação e ao esplendor dos contos de fada? Talvez no Malévola 3?
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