“Anos 90” -
“The Mid90s’ ”, Estados Unidos, 2019
Direção:
Jonah Hill
A vida está
difícil para aqueles dois irmãos. Os pais se separaram. A mãe (Katherine
Waterston) está querendo arranjar outro companheiro. Homens entram e saem. A
casa em Los Angeles, classe média, parece sem dono. A autoridade da mãe é
relativa. Limita-se a controlar os horários do filho menor chegar em casa à
noite.
Eles estão
sem pai, sem modelo, perdidos. Mas não tão perdidos como outros meninos, com
vidas piores.
É o que
Stevie, 13 anos, (Sunny Suljic) vai descobrir quando se esforçar para ficar
amigo dos garotos maiores que ele e seus skates. Ele olha maravilhado para aqueles
deuses fazendo acrobacias, rindo, falando palavrões, invadindo lugares
proibidos, enfrentando o mundo.
Stevie quer
ser alguém. Ele tem lindos olhos azuis que os cabelos cobrem, é pequeno mas
quer ser como Ray, Fuckshit e os outros. Porque se entra no quarto do irmão
mais velho Ian (Lucas Hedge), onde estão as coisas preciosas que fazem do irmão
outro modelo que ele quer imitar, apanha.
Steve
cansou disso tudo e vai procurar alguém que o ensine como ser homem e feliz. O
grupo dos skatistas vai ajudar e melhorar sua auto estima, mas vai também
apresentá-lo à bebida e drogas, que sabemos como acaba mal.
Stevie vai
aprender sofrendo, como quase todo mundo daquela idade, em qualquer cidade
desse planeta.
Mas ele é
simpático, determinado e faz qualquer coisa para ganhar a admiração dessa turma
de garotos perdidos.
Ele vai
aprender uma coisa importante com Ray (Na-kel Smith), o garoto negro, o melhor
skatista do grupo. Numa conversa a dois, o menino mais velho diz para o mais
moço que a gente sempre pensa que a vida que temos é a pior. Mas, acrescenta,
isso é porque não conhecemos por dentro a vida dos outros.
Aqui, a
roupagem, as músicas e as gírias são dos anos 90 mas a crise da passagem para a
adolescência tem sempre os mesmos roteiros. O interessante do filme é
apresentar os problemas de um menino. Na maioria das vezes são explorados os
problemas das meninas.
Jonah Hill,
mais conhecido como ator, aos 36 anos estreia na direção. Ele também escreveu o
roteiro e deve ter se inspirado nas próprias experiencias e no que viu
acontecer no anos 90.
“Anos 90”
conta uma história banal da passagem da infância para a adolescência com humor
e delicadeza. Consegue comover e ensinar uma lição que não precisa ser aprendida
da pior maneira possível.
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