“A
Livraria”-“The Bookshop”, Espanha, Reino Unido, Alemanha, 2017
Direção:
Isabel Coixet
Quase
todos nós temos um sonho, às vezes secreto. É sempre um projeto caro ao
coração. E uma coisa é preciso então. Coragem e determinação para realizá-lo. É
o que vamos ver nesse filme encantador que se passa na Inglaterra no fim dos
anos 50.
Florence Green (Emily Mortimer) estava viúva. O casamento fora uma época feliz em sua vida. O marido e ela se amavam e
tinham os mesmos interesses. Os dois adoravam livros e ele lia toda noite para
ela. Mas veio a guerra e ele se foi.
Quando
decidiu mudar para uma pequena comunidade inglêsa numa ilha, resolveu realizar
um velho sonho. Vai abrir ali uma livraria.
Apesar
dos percalços e encrencas com o banco local, Florence consegue comprar a Velha
Casa. Reparos a fazer não assustam e ela instala a livraria no térreo e vai
morar no segundo andar.
Christine,
uma menina ruiva e esperta, vem ajudá-la e se tornam muito próximas.
Outro
habitante da ilha era o senhor Brundish (Bill Nighy, excelente), que morava
numa bela casa em uma colina. Era o único que também adorava livros. Ele foi o
primeiro cliente de Florence. Mas, não saia de casa, a não ser para passeios
pela ilha, sempre só. Lendas sobre ele e sua misantropia e a morte da esposa na
lua de mel, corriam na vila de boca em boca.
Florence
também vai conhecer o General Bruno Gamart e sua esposa Violet (Patricia
Clarkson) que tentarão impedir seu sonho. Cobiçavam a Velha Casa para ali
instalar um centro de artes.
Acompanhamos
Florence em seus passeios pela ilha e a câmera de Isabel Coixet, diretora
catalã inspirada, 59 anos, faz a natureza ter um papel importante nesse filme,
no qual vemos uma paleta de cores delicadas. O mar, o bosque, as nuvens, são
elementos que ajudam as reflexões de Florence.
Os
personagens são muito bem desenhados em suas peculiaridades, na adaptação do
livro de Penelope Fitzgerald pela diretora. O detalhe aqui é tão importante
quanto a cena toda que está na tela. Isabel Coixet convida o espectador a
partilhar momentos de intensa humanidade, seja tanto em seus bons quanto em
seus maus aspectos.
“A
Livraria” é um filme para quem gosta de livros e de sentimento delicados.
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