“Tolkien”-
Idem, Reino Unido, 2018
Direção:
Dome Karukoski
Quem leu “O
Senhor dos Anéis”, maravilhou-se com a criatividade desse escritor que imaginou
mundos à parte, seus habitantes e suas histórias. Há magia em tudo que John
Ronald Reuel Tolkien (1892-1973) escreveu.
O filme
mostra como, tendo perdido o pai muito cedo, a influência da mãe Mabel (Laura
Donnelly) foi forte na construção de sua imaginação e no gosto pelos dragões,
pelo escuro da floresta e o brilho de tesouros escondidos.
Depois,
menino ainda, vemos ele brincando com os outros meninos, usando armas de
madeira e entoando gritos de guerra.
E nessa
idade, um acontecimento trágico. Aquela que convidava para beijar as árvores
morre, deixando os dois filhos órfãos, sob a tutela do padre Frances Morgan
(Colm Meaney).
Mais tarde
Oxford, vivido por Nicholas Hoult, apesar de órfão e sem dinheiro, dependendo
de bolsas para continuar seus estudos.
E lá
acontece a confraria dos quatro amigos, interessados em mudar o mundo através
da arte. Robert Gilson, Geoffrey Smith, Chistopher Wiseman e Tolkien aprendem o
que é a verdadeira amizade, a fraternidade.
É também
nessa época que ele conhece Edith Bratt (Lily Collins), o amor e a companheira
de sua vida.
Mas “a
guerra das guerras”, aquela que iria acabar com todas as guerras, é um pesadelo
para Tolkien, que cai doente com a “febre das trincheiras” e não consegue
salvar seu amigo Jeff, que vê morrer com uma granada.
O filme
mostra cenas brutais, mas também de uma poesia dura, de uma guerra sem piedade.
Corpo a corpo. Explosões que matam. Fogo que tudo destrói. Água negra e
pestilenta das trincheiras. Cavalos relinchando amedrontados. Morte por toda
parte.
Traumatizado
pelos horrores que viveu, Tolkien só consegue escrever as primeiras linhas da
história da Terra Média quando tem seus próprios filhos e Edith a seu lado:
“Era uma vez algo que vivia num buraco no chão...”
“- O
hobbit...” diz Tolkien. O livro será publicado em 1937.
É nessas
histórias que vão aparecer os idiomas que ele inventara em Oxford, na verdade
desde criança encantado que foi por vários idiomas. Até que criou linguagens
novas e mágicas.
Tolkein foi
um gênio criativo. Suas histórias fascinam gerações de crianças e adolescentes,
nas quais ele semeia o poder da fantasia e da imaginação, grandes armas para a
sobrevivência frente às dificuldades da vida.
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