“Garota,
Interrompida” - “Girl, Interrupted”, Estados Unidos, 1999 NETFLIX
Direção:
James Mangold
Uma garota
pergunta:
“- Você já
confundiu um sonho com a realidade? Já se sentiu triste? Já achou que o trem
andou e estava parado? Vai ver sou louca mesmo. Ou então são os anos 60...”
Susanna
Kaysen, aos 18 anos, interpretada por Winona Ryder, existiu realmente e conta
sua história no livro bestseller que foi adaptado para o cinema.
Ela tomou
uma garrafa de vodca e um vidro de aspirinas para acabar com uma dor de cabeça
e foi parar no hospital. Mas, naqueles dias, se você fosse como Susanna e
tentasse o suicídio, nada de bom viria a seguir.
Ela foi
mandada para a clínica psiquiátrica Claymoore e lá ficou por quase dois anos.
Foi a única de sua classe de “high school” que não entrou numa universidade.
“- Você
está magoando todos que a amam”, diz o amigo do pai, psiquiatra. E ela é posta
num táxi que a leva para o lugar de “descanso”.
Lá ela vai
conhecer as garotas com quem vai conviver. E vai se aproximar de Lisa Rowe
(Angelina Jolie), a encrenqueira sexy e desbocada que a polícia traz de volta
para a
clínica, cada vez que ela foge. Esse papel fez de Angelina Jolie uma “star” que
ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante daquele ano.
Susanna
fica fascinada com o jeito livre e manipulador de Lisa, que era sempre a pessoa
mais notada no lugar onde estivesse.
Cada uma
das internadas tinha uma história de sofrimento que Susanna vai conhecendo aos
poucos. E isso ajuda a não dar muita importância aos “rótulos”. O dela era
“Transtorno de Personalidade Borderline”.
Susanna
queria ser escritora e a experiência na clínica foi importante para que
conhecesse outras garotas problemáticas. Isso permitiu que ela se perguntasse
se era realmente uma “borderline” ou se era só alguém que queria viver em
liberdade.
Remédios,
claro e terapia com a dra Wick (Vanessa Redgrave) vão permitindo a Susanna amadurecer
e parar de desperdiçar sua vida com falsas ideias sobre o que era bom para ela.
Ela percebe que se maltratava.
No filme,
destaque para a enfermeira interpretada por Woopi Goldberg, maternal e firme,
que acolhia os surtos e os destemperos das garotas.
Afinal,
Susanna se lembra com carinho desse tempo e conta que nos anos 70 quase todas
que conhecera na clínica já tinham dado um rumo às suas vidas.
O filme é
interessante porque mostra os anos 60 como aqueles que mudaram a mentalidade
fechada das pessoas e, ao mesmo tempo, ensinaram limites a quem quisesse viver
tudo muito intensamente e sem reflexão.
Vale a pena
ver.
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