“O Gênio e
o Louco”- “The Professor and The Madman”, Irlanda, Estados Unidos, França, 2019
Direção:
Fahad Safinia
A história
da amizade entre dois homens muito diferentes que acabam descobrindo uma paixão
em comum. Essa é a pedra de toque desse filme que tem um assunto pouco popular,
a criação do “Dicionário de Oxford”.
Adaptação
do livro de Simon Winchester, a história se passa em Londres e começa em 1872,
quando presenciamos ao julgamento de um assassinato. O criminoso é o Dr William
Chester Minor, médico, 48 anos e ex militar do Exército americano.
Vemos as
cenas em que, muito perturbado, o Dr Minor corre atrás de um homem pelas ruas
escuras, perseguindo-o com um revólver na mão. O homem, que leva um tiro e
morre, era George Merrett e não o suposto intruso que o Dr Minor pensava que
ele fosse. A vítima, assassinada por erro tinha família numerosa e era um homem
bom.
O médico
americano consegue ser julgado inocente por insanidade. “Flashbacks” de uma
guerra e a cena em que o então Capitão Minor marca a ferro no rosto um
desertor, explicam em parte a culpa e o conteúdo das alucinações paranoicas que
o levaram à loucura.
Ele é
conduzido ao hospício Broadmoor, destinado a criminosos insanos.
Sean Penn
interpreta o médico louco com uma força interna que se concentra em seus olhos
alucinados e em sua figura assombrada por perseguidores que à noite aparecem.
Suas alucinações não o deixam dormir.
Já o gênio
será o Professor James Murray (Mel Gibson), que é um autodidata erudito, que
domina várias línguas, vivas e mortas. O fato de não ter um diploma faz com que
não seja aceito de pronto pelos encarregados de uma tarefa quase impossível ou
seja, colocar todas as palavras da língua inglesa, com o seu significado e onde
ocorrem em citações de livros conhecidos.
Mas Murray
consegue a aprovação após ter sido posto à prova e devido à engenhosidade que
sugere: todos os habitantes do Império Britânico poderiam mandar palavras e
citações para o julgamento da equipe encarregada de escrever o dicionário.
James
Murray era pai de muitos filhos e casado com Ada (Jennifer Ehle) que amava o
marido e aceitava sua dedicação exclusiva ao sonho de uma vida, o dicionário.
Esses dois
homens vão se encontrar porque o Dr Minor fica sabendo do modo como aceitavam
colaboradores, convidados a participar do projeto. E o Dr Minor era um amante
dos livros e das palavras. Nele, a procura das palavras e das citações para o
dicionário tinham um efeito terapêutico, já que impediam que ele se entregasse
às alucinações.
O fato de
poder ver dois atores de grande talento dialogando e expressando suas emoções é
um convite para ver esse filme. Pena que o roteiro, apesar de conseguir um elo
entre os dois, não explore melhor essa amizade improvável que vai ser benéfica
para os dois homens envolvidos.
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