“Perfume de Mulher”- “Scent of a Woman”, Estados
Unidos, 1992
Direção: Martin Brest
Um tenente-coronel ranzinza, aposentado por cegueira, vivia
esquecido num quartinho dos fundos do quintal na casa da sobrinha.
Até o dia em que ela vai viajar num feriado e contrata um
jovem estudante do Colégio Baird, uma escola para meninos ricos, para ficar
como companhia para o tio, durante sua ausência. Ele precisava do emprego.
Charles Simms (Chris O’Donnel) tinha uma bolsa de estudos porque era aluno
brilhante mas sua família nunca poderia pagar esse colégio. Nem uma faculdade
para ele.
O coronel Frank Slade (Al Pacino) era um osso duro de roer.
Arrogante e mandão, convence o jovem que é dessa vez que ele vai realizar um
sonho: ir para Nova York, hospedar-se num hotel de luxo, jantar num restaurante
chic, visitar a família, arranjar uma bela mulher e botar uma bala na cabeça.
E confidencia a Charles que adora mulheres e, se agora só
sente o cheiro delas, no passado fora um amante raro. Charles escuta o coronel
entre perplexo e compassivo. E o coronel acrescenta que, na lista de coisas
melhores da vida, em segundo lugar vinha uma Ferrari.
E lá se vão os dois, de primeira classe, no avião para Nova
York. E o coronel regado a uísque.
O Waldorf Astoria foi o palácio que Frank escolhera e que
será a casa deles durante o fim de semana. Vestidos em ternos novos, vão jantar
no Oak Room.
No dia seguinte, uma limusine os espera para ir ao almoço do
Dia de Ação de Graças na casa do irmão. Mas essa visita não corre como o
esperado pelo coronel. Charles percebe que a família está longe de gostar do
jeito de Frank e descobre algo nada heroico sobre sua cegueira.
Mas Charlie também tem problemas. Precisa decidir sobre sua
conduta na reunião que vai acontecer quando voltar a Baird. O diretor da
escola, exposto ao ridículo por uma brincadeira de mau gosto por colegas de
Charlie, exige que ele entregue os nomes. Ora, delatar não combina com Charles
que é leal. Mas o diretor fora bem claro. O futuro dele ia depender do que
escolhesse fazer.
Na verdade, os bons princípios de Charles, que o levam a
compreender as angústias do ex coronel e a ajudá-lo, são os mesmos que o
impedem de delatar seus colegas.
O filme do diretor Martin Brest baseou-se no roteiro de
“Profumo di Dona” de 1974, com Vittorio Gassman e direção de Dino Risi. Mas os
dois filmes são bem diferentes. No italiano, o personagem está apaixonado mas a
cegueira o impede de declarar-se à amada. No americano, o jovem que tem
lealdade como lema, vai encontrar em Frank um pai substituto e conscientizar o
coronel que ele tem talento para viver a vida.
Aliás a cena do tango, ao som de “Por una Cabeza” é
exclusividade do filme de Al Pacino. Ele seduz todas as plateias com sua
interpretação que lhe valeu seu único Oscar de melhor ator, depois de seis
indicações. Al Pacino é o filme.
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