Direção: Fred Zinnermann
Ele foi um homem raro. Sir Thomas More nasceu em 7 de
fevereiro de 1478 e morreu em 6 de julho de 1535, aos 57 anos. Viveu na
Inglaterra durante o reinado de Henrique VIII de quem foi conselheiro e
chanceler.
Educado para ser padre, estudou no mosteiro de Canterbury
por 4 anos. Foi um homem profundamente religioso por toda sua vida mas decidiu
estudar Direito em Oxford. Não tinha vocação para padre. Foi advogado
brilhante, político, escritor e humanista respeitado por toda a Europa.
Quando começa o filme, Sir Thomas More (Paul Scofield) é
chamado para conversar com o chanceler, Cardeal Wolsey interpretado por Orson
Welles, magnífico em sua roupa de seda vermelha e colar de ouro de chanceler.
Já percebemos, no diálogo entre eles, o caráter íntegro de More e sua posição
contrária ao rei Henrique VIII que queria divorciar-se de Catarina de Aragão e
casar-se com Ana Bolena (Vanessa Redgrave).
Ora, More entendia que o único que poderia conceder o
divórcio ao rei seria o Papa. E tal não era a intenção do Bispo de Roma.
Mesmo assim, o rei (Robert Shaw) nomeia More seu chanceler,
talvez pensando que assim conseguiria sua aprovação.
A cena do filme na casa de Sir Thomas More, quando o rei
chega de barco para jantar, tem um diálogo entre eles no jardim, que mostra um
rei cheio de vitalidade, dizendo-se amigo de More e certo de sua anuência ao
divórcio. Mas, frente à posição firme do chanceler, nem sequer se digna a
entrar na casa onde o esperam a mulher de More, Lady Alice ( Wendy Hiller) e a
filha Margareth ( Susannah York).
More renuncia ao cargo de chanceler em 1532 e não compareceu
ao casamento do rei com Ana Bolena. A essas alturas, Henrique VIII se desligara
da Igreja Católica de Roma, e se dera o título de chefe da Igreja Anglicana.
Essa recusa em aceitar o novo casamento custará a vida de
Sir Thomas More. As cenas de seu julgamento no filme são muito bem dirigidas,
com diálogos que mostram a lucidez e até o bom humor de More que não arreda um
passo de suas convicções.
Em 1886 Sir Thomas More foi beatificado pela Igreja
Católica, por decreto do Papa Leão XIII e foi canonizado em 1935 pelo Papa Pio
XI. João Paulo II declarou-o “Patrono dos Estadistas e Políticos”.
O filme foi o mais premiado de 1967. Ganhou 6 Oscars: melhor
filme, direção, fotografia, figurino, ator (Paul Scofield) e melhor roteiro
adaptado.
Imperdível, principalmente em tempos conturbados que vivemos
nos quais sofrem a moral e a política.
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