“Com Amor, Van Gogh”- “Loving
Vincent”, Reino Unido, Polônia, 2017
Direção: Dorota Kobiela e
Hugh Wetchman
Um dos pintores mais
importantes da história da arte ocidental, Vincent Van Gogh, nasceu na Holanda
em 1853 e morreu na França em Auvers-sur-Oise em 1890, aos 37 anos.
“Starry Night- Noite
Estrelada”, talvez sua tela mais conhecida, serve de fundo para os créditos da
animação dirigida pelo casal Dorota Kobiela e Hugh Wetchman. As espirais azuis
e amarelas e as pinceladas espessas, nos fazem lembrar da tela na qual uma
noite estrelada aparece sobre a cidadezinha de Auvers-sur-Oise, na qual Van
Gogh morou no fim de sua vida, seus anos mais brilhantes, nos quais produziu
400 telas inesquecíveis.
Mas não houve glórias para o
pintor. Pobre e deprimido, Vincent mal tinha dinheiro para comer. Era seu irmão
mais novo, Theo, que o sustentava e comprava tintas e telas para que Vincent
pudesse pintar.
A animação tem o encanto de
tornar vivas as figuras dos quadros que conhecemos nas paredes dos museus.
Foram mais de 100 artistas que pintaram, a mão e à óleo, os 65.000 “frames” que
compuseram o filme, no estilo de Van Gogh, durante 7 anos.
O filme foi feito
normalmente, com artistas reais (Douglas Booth, o filho do carteiro, Jerome
Flyn, doutor Gachet, Saoirse Ronan, a filha do médico, Marguerite e Chris
O’Dowd, o carteiro, para citar alguns) e depois, os artistas pintaram a mão
cada “frame” do filme, com o estilo de Van Gogh e as cores vivas tão
características de seus quadros.
O roteiro inspirou-se nas
cartas entre os irmãos e levantam uma dúvida: Van Gogh teria mesmo se
suicidado?
Um ano após a morte do
pintor, o filho do carteiro, Armand Roulin, tem em suas mãos uma última carta
extraviada, de Vincent para Theo, que morreu seis meses depois do
acontecido com o irmão, em Arles. Não tendo a quem entregar a carta, Roulin,
que está em Auvers-sur-Oise, passa a fazer um trabalho de detetive para
descobrir mais detalhes sobre o que realmente aconteceu com Van Gogh.
Para isso, interroga as
pessoas que conviveram com Vincent e que foram os personagens de seus quadros.
A história em si não é o
melhor do filme. Porque a emoção está em vermos recriados seus quadros mais
famosos.
E a ironia é trágica. Aquele
que assinou telas que hoje são leiloadas por milhões de dólares, vendeu apenas
um quadro enquanto estava vivo. Foi só muito depois de sua morte que ele foi
reconhecido.
Vincent Van Gogh era um ser
que habitava dimensões humanas muito distantes das pessoas de seu tempo de
vida.
A animação “Com amor, Van
Gogh” foi premiada pelo público da 41ª Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo como melhor filme de ficção.
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