Direção: Martin
Zandvliet
O horror da explosão de uma mina
terrestre é algo que só conhece quem vive num país em guerra. Artefato mortal e
escondido, basta um passo e a morte acontece.
“Terra de Minas”passa-se na Dinamarca
depois da vitória dos aliados na Segunda Guerra. Durante a ocupação alemã, o
litoral oeste havia sido preparado para o desembarque das tropas inglesas
inimigas, com 2 milhões de minas terrestres.
Acabada a guerra e tendo acontecido o
desembarque dos aliados na França, os dinamarqueses tinham que limpar sua costa
do perigo das minas.
E por que não empregar os
prisioneiros alemães nessa tarefa? Eles, que as colocaram, deveriam ser mestres
em torná-las inofensivas, libertando a costa dinamarquesa desse medo.
E o mal-estar que esse filme provoca
no espectador começa por aí. Um sargento irado, num jipe, grita ordens e
palavrões para uma fila de prisioneiros alemães. Mas quando a câmara se aproxima
de seus rostos, vemos rapazes imberbes, meninos
assustados.
É fato sabido que os últimos a ser
convocados para o exército alemão semi-destruído foram os rapazes de 14 a 16
anos.
E lá estavam esses meninos alemães,
odiados como só um inimigo de guerra pode ser odiado, sendo levados para a
tarefa que escondia a morte, numa linda praia branca e mar
azul.
Com suas mãos nuas esses adolescentes
são obrigados a rastejar na areia, tateando o solo à procura das minas mortais.
São os filhos pagando pelo pecado dos pais.
Assustados, famintos, cansados, esses
soldados tão jovens e mal preparados para o que vão enfrentar, logo mexem com a
plateia, que se compadece quando a primeira mina explode sem avisar, matando um
deles. O suplício vai acontecer dia após dia, até que algo terrível
acontece.
O diretor Martin Zandvliet, numa
entrevista, disse que seu filme fala de um episódio obscuro da Segunda Guerra.
Algo que quer ser esquecido mas que, ao contrário, deve e precisa ser lembrado
para que todos nós possamos refletir sobre uma história de ódio e vingança, de
perdão e reconciliação.
E continua:
“- Todos sabemos que evoluir do ódio
para o perdão é o passo mais difícil de ser dado.”
“Terra de Minas”que fala sobre um
passado não tão distante, ensina uma lição de humanidade que precisa ser
aprendida pelo nosso mundo contemporâneo, onde o ódio ainda faz tantas vítimas,
seja na guerra, seja em atentados terroristas, no mundo
todo.
Com muita justiça, “Terra de Minas” está entre os indicados ao
Oscar de melhor filme estrangeiro do ano. Imperdível.
Com muita justiça, “Terra de Minas” está entre os indicados ao
Oscar de melhor filme estrangeiro do ano. Imperdível.
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